Paris O presidente da Renault no Brasil, Jérône Stoll, anunciou ontem no Salão do Automóvel de Paris que a fábrica do Paraná vai montar em 2008 o modelo hatch do novo carro Logan, cuja versão sedã começa a ser fabricada já no ano que vem. O hatch será vendido também na Europa. Os dois carros fazem parte de um pacote de cinco novos produtos que serão produzidos até 2009, na unidade de São José dos Pinhais. Estes produtos, segundo o executivo, integram os investimentos de US$ 112 milhões anunciados no início do ano pela direção mundial da montadora.
Destes novos modelos, o primeiro a chegar será a versão perua do Novo Mégane. Ela será mostrada em outubro no Salão do Automóvel de São Paulo e começa a ser vendida ainda em 2006. Em relação aos outros dois modelos, o presidente preferiu manter segredo. Ainda em relação ao Logan, Stool assegurou que o "modelo não será um carro de entrada e seu conceito não será de um veículo barato". O sedã virá com sistemas inovadores para seu segmento e portanto vai disputar mercado com modelos da GM e da Fiat.
Sobre o Novo Mégane, cujas vendas ainda não decolaram, o presidente disse que foi obrigado a parar a sua produção por um mês para adequar a linha para os novos produtos. E, como o carro não era encontrado nas concessionárias, acabou sofrendo uma queda em suas vendas. Ainda mais que estava sem publicidade neste período. Agora com a rede estruturada e a produção normalizada em suas duas versões de motorização, acredita que o carro irá vender mais.
O Salão do Automóvel também foi o cenário escolhido pelas montadoras General Motors (GM), Renault e Nissan para o anúncio de que vão continuar a negociação para uma possível aliança global, apesar dos sinais de que as conversas estão passando por dificuldades. Anteontem, os diretores das empresas, Rick Wagoner, da GM, e Carlos Ghosn, das outras duas, se reuniram para discutir oportunidades potenciais de uma aliança industrial e adiaram qualquer definição para a metade de outubro.
No entanto, analistas mostram cada vez mais ceticismo de que a GM concordará com o tipo de acordo buscado por Ghosn, por causa do progresso que a montadora norte-americana tem apresentado nos últimos meses para cortar custos.
De acordo com David Wong, consultor do setor automotivo da Kaiser Associates, no curto prazo, a GM quer reduzir gastos e buscar dinheiro para "tapar buracos" em seu orçamento e manter seu caixa cheio, enquanto a Renault/Nissan procura formas de produzir rapidamente seus lançamentos no mercado americano. "Acho muito difícil chegar a um acordo agora, pela mentalidade do acionista americano. Como as ações da GM estão muito baixas, não valeria a pena fazer uma troca", opina. Segundo um artigo do Wall Street Journal, Wagoner está pressionando Ghosn por um pagamento multibilionário para a GM como parte de qualquer acordo, insistindo que, caso contrário, seus acionistas seriam lesados.
Roberto Massignan Filho e Marco Sanchotene com agências