PARIS - O presidente da Renault, Carlos Ghosn, considerou "frustrante" a situação do grupo francês no Brasil e no conjunto do Mercosul, e anunciou o lançamento de cinco modelos no país para "lutar" e evitar as perdas.
- Brasil é verdadeiramente frustrante para a Renault - afirmou em entrevista coletiva, acrescentando que a empresa não conseguiu obter lucro nos dez anos que atua no país.
Segundo ele, a situação no Mercosul não é aceitável, esclarecendo que a estratégia da empresa na região não é a de se retirar, mas de lutar pelo primeiro lugar no mercado.
Ghosn afirmou ainda que se o plano elaborado pela empresa for bem-sucedido, a fábrica de Curitiba, que atualmente funciona com menos de 40% de sua capacidade, será usada plenamente, o mesmo ocorrerá com a fábrica argentina de Córdoba.
O presidente da Ghosn considerou que o fracasso, até o momento, da estratégia na região deve-se ao fato de a empresa não ter renovado suficientemente seus produtos por não serem rentáveis, "o que se tornou um círculo vicioso".
De acordo com ele, um dos fatores que influíram foi que a porcentagem de peças fabricadas no país para a montagem dos veículos na região gira em torno de 50%, contra 80% dos concorrentes.
- Isso prejudica por causa da volatilidade do câmbio - disse.