Com uma previsão de automobilístico mercado estável em 2014, as fabricantes devem promover uma guerra de preços para expandir suas participações de mercados. Esta é a convicção do presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet. O executivo, que falou aos empresários do Lide Paraná ontem, acredita a inflação e os juros altos, aliados ao câmbio instável, devem travar o mercado brasileiro em cerca de 3,5 milhões de automóveis vendidos ao ano, mas com uma capacidade produtiva anual de até 5 milhões de carros. Para superar os concorrentes neste cenário, as montadoras devem entrar em uma apertada competição de preços.
O problema, de acordo com o executivo, é que os custos não diminuíram. No caso da fabricante francesa, 20% das peças são importadas e impactadas diretamente pela alta do dólar. "Mesmo alguns insumos que compramos dentro do país ficaram mais caros por conta do câmbio. Borracha e aço, por exemplo, têm seus preços definidos internacionalmente", completa.
Além disso, a alta nos juros também vai segurar as vendas. "Metade dos automóveis vendidos no Brasil são financiados. Sem boas condições de juros, as pessoas adiam a compra do carro", afirma o presidente da empresa.
Manobra
Junto do aperto dos preços, a avaliação de Murguet é que as montadoras também terão de apelar para inovação de produto e serviços. "Isso não é feito de uma hora para outra. Este ano a Hyundai cresceu com um produto novo no mercado [o HB20], ano que vem nós apostamos nisso também, com o Novo Logan. Mas são investimentos que você não pode variar de acordo com a conjuntura", explica.
A esperança também fica por conta da estabilização do mercado europeu e retomada da economia norte-americana. "Isso pode dar uma segurança para o mercado interno e melhorar um pouco o panorama", completa.
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