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Indústria automotiva

Renault substitui Carlos Ghosn por dois

Na foto, Jean-Dominique Senard, novo presidente da Renault, e Thierry Bolloré, vice de Ghosn que agora assume a posição de diretor-geral ou CEO da montadora. | ERIC PIERMONT/AFP
Na foto, Jean-Dominique Senard, novo presidente da Renault, e Thierry Bolloré, vice de Ghosn que agora assume a posição de diretor-geral ou CEO da montadora. (Foto: ERIC PIERMONT/AFP)

Segundo informações do jornal francês Le Monde , a Renault já nomeou os substitutos do brasileiro Carlos Ghosn, que acumulava os cargos de presidente e CEO (ou diretor-geral) e está preso desde novembro do ano passado por suspeitas de fraude financeira no Japão. A decisão teria sido tomada logo após a renúncia do brasileiro aos cargos ainda na noite de quinta-feira (23).

Jean-Dominique Senard, 65 anos, que estava à frente da Michelin, assume a presidência da montadora. Já Thierry Bolloré, vice de Ghosn, assume a posição de diretor-geral ou CEO da montadora.

De acordo com o Le Monde, a Nissan, por sua vez, marcou para abril uma assembleia extraordinária para confirmar a demissão de Ghosn e nomear um novo membro escolhido pela Renault para a aliança.

Dominique deve acumular o cargo de presidente da Michelin até maio de 2019, quando termina seu mandato na fabricante de pneus. Ele é, claramente, uma escolha apoiada pelo governo francês, que detém 15% do capital da Renault e cerca de 20% do poder de voto na montadora.

Já Bolloré, segundo o Le Monde, atuava na montadora como vice de Ghosn desde novembro e representa uma continuidade de um grupo oriundo da fabricante de equipamentos Faurecia que passou para a alta cúpula da Renault em 2012. Segundo a publicação francesa, a vantagem de Bolloré é que ele seria um executivo conhecedor da Ásia e, em específico, do Japão, o que pode ser decisivo na continuidade da aliança Reanult-Nissan-Mitsubishi.

Ghosn é acusado pelos promotores japoneses de subestimar sua renda na Nissan em dezenas de milhões de dólares e de transferir perdas de negociação pessoais para a montadora. O executivo disse que é inocente e chamou as acusações de “sem mérito e sem fundamento.

O brasileiro também está sendo acusado pela Nissan de receber US$ 8,9 milhões em pagamentos “impróprios” realizados por uma subsidiária que ambas mantinham na Holanda.

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