A Renault do Brasil deve investir neste ano até R$ 5 milhões em ações de preservação ambiental no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba). A mesma meta foi definida para 2008. Nos últimos cinco anos, o investimento da montadora nessa área foi de aproximadamente R$ 20 milhões. As informações são do gerente de meio ambiente Enrique Depouilly, que apresentou ontem os projetos ambientais desenvolvidos pela empresa.
Boa parte do valor previsto para 2007 e 2008 será destinado a um projeto de redução do consumo de água das três unidades industriais do complexo a fábrica de motores e as fábricas de veículos da Renault e da Nissan. Em 2007, a empresa pretende reduzir em 10% o uso de água por veículo fabricado em relação a 2006. O consumo de energia, por sua vez, deve cair 15% e o de gás natural, 5%.
A montadora também trabalha para aumentar a proporção de componentes recicláveis em seus veículos. Atualmente, a taxa média de reaproveitamento dos carros é de 85%, índice que deve crescer para 95% até 2010, graças ao aumento do uso de alumínio e plástico e ao programa de eliminação de metais pesados desenvolvido no Complexo Ayrton Senna que deve acabar com o uso de chumbo, cádmio, mercúrio e cromo VI até o fim de 2008.
Depouilly disse que cerca de 90% dos resíduos gerados pelo processo de produção dos veículos são reciclados foram 13 mil toneladas em 2006. "Nossa fábrica de motores é a primeira da Renault em todo o mundo que não gera resíduos líquidos. Todos são reutilizados", acrescentou.
Nos próximos anos, a empresa também pretende reduzir a emissão de poluentes de seus carros. Na Europa, onde o projeto está mais avançado, a montadora deve fabricar em 2008 cerca de 1 milhão de veículos que emitam menos de 140 gramas de gás carbônico por quilômetro rodado. Depouilly estima que os veículos produzidos no Brasil emitam de 140 a 160 gramas do gás por quilômetro.
O especialista em direito ambiental Antônio Torres, que é consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e prepara uma dissertação de mestrado sobre o Distrito Industrial de São José dos Pinhais, disse que, dos 2,5 milhões de metros quadrados do Complexo Ayrton Senna, 60% são ocupados por mata nativa. Segundo ele, boa parte dessa área estava degradada antes da instalação da empresa. "Do ponto de vista do meio ambiente, a área está melhor hoje do que há onze anos."