A desaceleração da inflação nos últimos dois meses contribuiu para o avanço do rendimento médio real dos trabalhadores, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.
Em setembro, a renda média dos empregados avançou 1,0%, para R$ 1.908,00. Ainda assim, a alta nos preços teve efeito para segurar um avanço ainda mais intenso. Sem a inflação, a alta teria sido de 1,33%, calculou Azeredo. A indústria foi o setor que mais impactou, com alta de 3,2% em setembro ante agosto.
O rendimento médio real no segmento ficou em R$ 1.992,00, ante R$ 1.930,72 em agosto. "A mão de obra desse setor passou a ter um valor mais alto", disse Azeredo.
Ocupação
A ocupação na indústria também teve avanço em setembro, com geração de 68 mil postos de trabalho, 1,8% a mais do que em agosto. Só em São Paulo, foram 25 mil novas vagas. Apesar de a variação não ser considerada significativa, o quadro é favorável só por não ter caído, afirmou Azeredo.
O comércio, contudo, perdeu 70 mil postos de trabalho em setembro na comparação com agosto, o que significou queda de 1 6%. "Pode ser um movimento de migração para outras atividades", justificou Azeredo.
A perda nos serviços domésticos, de 3,2% (ou 52 mil vagas) na comparação com agosto, significa a sequência de um movimento que já dura algum tempo. "Pode ser migração. Quem poderia se dirigir ao mercado de trabalho doméstico migra para outras áreas devido ao aumento de escolaridade", afirmou o coordenador.
Em comparação a setembro de 2012, a queda é de 10,6% (164 mil vagas). Essa diminuição na oferta da mão de obra doméstica vem impulsionando elevação no rendimento médio, que cresceu 0,7% contra agosto e de 5,1% contra setembro de 2012. "A PEC das domésticas chegou no meio desse movimento, então não atribuímos a isso. Mas estamos monitorando que efeito a PEC está causando", disse Azeredo.
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