Análise
Redução no rendimento médio deve ser revertida, diz economista
A principal surpresa nos dados do IBGE divulgados ontem sobre o mercado de trabalho em abril foi a queda de 1,8% do rendimento médio real habitual na comparação com março, apontou o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. "A taxa de desemprego veio em linha com o que estimávamos, em 6,4%, mostrando um mercado de trabalho apertado", disse ele. "A população ocupada está crescendo bastante e a queda da taxa de desemprego é motivada pelo aumento do nível de emprego, e não por outras questões, como movimentos de população ou procura por emprego. Mas, surpreendentemente, o rendimento médio caiu", apontou.
Serrano afirmou que a inflação pode ter pesado sobre o rendimento real que, para crescer, exigiria um aumento relevante dos salários nominais. "Mas mesmo com inflação alta estava ocorrendo aumento real do rendimento", disse ele. Serrano ressalvou que se trata de um dado mensal, volátil, e que esse recuo registrado em abril pode ter sido pontual. "Pode haver acomodação, mas dado que a gente espera que as condições do mercado de trabalho sigam apertadas no curto prazo, é possível esperar uma reversão do rendimento real depois dessa queda em abril. Ainda mais que sabemos que a inflação vai desacelerar", disse o economista. (AE)
O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados na Grande Curitiba foi de R$ 1.606,60 em abril de 2011, 5,7% abaixo do verificado em março deste ano, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A queda em relação ao mês anterior foi bem maior que a observada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Mensal de Emprego (PME), feita nas seis maiores regiões metropolitanas do Brasil na média, o recuo no rendimento real foi de 1,8% em abril, frente a março, embora o valor absoluto em Curitiba ainda seja maior que os R$ 1.540 nas cidades avaliadas na PME.
Quando se compara a renda real de abril com a do mesmo mês de 2010, o desempenho curitibano também é mais fraco. Enquanto a média nacional registrou aumento de 1,8%, na região metropolitana de Curitiba o crescimento foi de apenas 0,2%.
O presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, explica que a queda acontece em decorrência da desaceleração da economia e pode continuar no decorrer do ano. "A tendência é que o rendimento dos trabalhadores se estabilize, talvez com uma ligeira diminuição. A queda foi acelerada com a alta da inflação e não deve ser compensada com os dissídios do segundo semestre. Com a desaceleração da economia, os trabalhadores provavelmente não conseguirão reajustes tão bons quanto no ano passado e no início deste ano", prevê Lourenço. Em março de 2011 a renda na Grande Curitiba foi a maior do Brasil, mas em abril foi ultrapassada pelo rendimento das regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Desemprego
A taxa de desemprego na região metropolitana de Curitiba foi de 3,7% em abril deste ano, o menor índice do Brasil, segundo o Ipardes. A taxa foi a menor para o mês da série histórica e diminuiu em relação a março, quando o índice era de 3,8%, além de cair em comparação com abril do ano passado, quando o desemprego atingia 5% da População Economicamente Ativa na região da capital.
De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 6,4% em abril. Apesar de a RMC não estar nos cálculos nacionais, a taxa de desemprego na Grande Curitiba é calculada a partir da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), fruto de convênio entre o Ipardes e o IBGE.
A população economicamente ativa na Grande Curitiba é de 1,592 milhão de trabalhadores, o que significa que cerca de 59 mil pessoas estavam desempregadas na região em abril. De acordo com o Ipardes, no primeiro quadrimestre deste ano a região da capital foi responsável por 37,6% do acréscimo de postos formais de trabalho verificados no estado. "Não existe espaço que nos permite avaliar que haverá aumento do desemprego ao longo do ano. A desocupação deve se estabilizar, como reflexo das medidas que o governo vem adotando para frear o crescimento", analisa Lourenço.
Segundo Lourenço, a estabilização da taxa de desemprego deve ser percebida também nas demais localidades do Brasil. O número de desocupados no mês, em todo o país, foi de 1,5 milhão e ficou estável em relação ao mês de março, assim como a população ocupada, que era de 22,3 milhões de trabalhadores. A pesquisa do IBGE é realizada mensalmente nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
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