As classes A e B representam 28% da população da Região Sul do país. A participação é o dobro do que estas camadas detêm no Norte e Nordeste, com 14%. Os dados são de um estudo da LatinPanel em 8,2 mil domicílios brasileiros. De acordo com o levantamento, a alta concentração das classes A, B e C faz com que os moradores do Sul tenham uma renda 14% superior à média nacional, com receita mensal de R$ 1.778.
De acordo com a LatinPanel, define-se como classes A e B quem ganha acima de dez salários mínimos (R$ 4.650), como C quem recebe entre quatro (R$ 1.860) e dez salários mínimos (R$ 4.650) e D e E até quatro salários mínimos.
O estudo aponta ainda que quem mora no Sul também compromete menos do que seu orçamento com gastos essenciais, como alimentos, bebidas, higiene e limpeza. Esses itens respondem por 22% do orçamento da população do Sul, contra 32% no Nordeste. Quem mora no Sul, inclusive, não gasta tudo o que ganha a despesa média totaliza R$ 1.685. "Há uma diferença de 6% em relação à receita", diz Patrícia Menezes, gerente de marketing de comunicação da LatinPanel.
De acordo com ela, o bom padrão de vida do Sul também pode ser evidenciado pelo maior gasto com lazer, que chega a 5% do orçamento. Nos estados do Nordeste, essa proporção é de 3%. "O Nordeste só agora começa a traçar o caminho que o Sul já percorreu há anos", diz.
No Sul, a classe C tem 44% e as D e E têm 28% de participação na população. No Norte e no Nordeste, os mais pobres ainda são maioria, com 59%. A classe média representa 28%.
O estudo revela algumas peculiaridades do hábito de consumo de quem mora na região. Em média, cada morador vai nove vezes ao supermercado por mês abaixo da média brasileira, que é de 14 vezes. Mas, gasta mais: o ticket médio é de R$ 19,13 contra R$ 12,36. Os gastos com transporte pesam mais no orçamento (15%) do que a média nacional (13%), assim com os com saúde 7% contra 6%. Alimentos e bebidas fora do lar, porém, comprometem 4% do orçamento das famílias do Sul, contra a média nacional de 5%. Dentro do lar, a alimentação também conta menos: 18% contra 20% do Brasil. Os que moram no Sul também gastam menos da renda com higiene pessoal, com 3%. No país este índice é de 4%.
O consumo dos mais pobres no Nordeste, no entanto, já supera o dos mais ricos no Sul do país e no Sudeste. Um outro estudo da Latin Panel divulgado no início de novembro mostrava que as classes D e E já consomem mais alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza do que as A e B no Sudeste. As classes D e E representam 49% do consumo de não duráveis no Norte e no Nordeste, mais que o dobro do que no Sul (23%).
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