A definição da disputa pela presidência entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), depois de o tucano obter 33,5% dos votos válidos no primeiro turno, pegou de surpresa gestores de fundos, uma vez que suas carteiras não foram capazes de acompanhar o rali que se seguiu nos pregões seguintes.

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A ida do tucano ao segundo turno gerou uma corrida ao chamado "kit eleição" - grupo de papéis formado principalmente por estatais e bancos - nos dois dias após o 05 de outubro. Como consequência, o Índice Bovespa avançou 6,14% nas sessões dos dias 06 e 07. Já os fundos Ibovespa Ativo tiveram rentabilidade de 5,13%. Os fundos da categoria Ações Livre, que não possuem o Ibovespa como benchmark, ficaram ainda mais para trás, com ganhos de 2,90%.

As conclusões fazem parte de um estudo da consultoria Risk Office, que contou com 41 fundos da categoria Bolsa Ativo, com patrimônio de R$ 5,26 bilhões, e outros 45 fundos do tipo Ações Livre, com patrimônio de cerca de R$ 10 bilhões.

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A exposição das carteiras dos fundos Ibovespa Ativo ao "kit eleição" aumentou em setembro, o mês que antecedeu o primeiro turno. Um levantamento de Alberto Jacobsen, consultor da Risk Office, mostra que em 29 de agosto a maior posição de fundos dessa categoria era em Itaú Unibanco PN, com 12,03%. Em 30 de setembro, esse porcentual aumentou para 12,35%.

A alocação em ações da Petrobras (ordinárias e preferenciais), por sua vez, subiu de 10,68% para 11,49%, no mesmo período, com destaque para o papel PN, que passou de 2,29% para 7,68%. Outra posição que se expandiu foi a do papel preferencial do Bradesco, de 3,15% para 5,57%. Já o investimento em Ambev, papel considerado defensivo, diminuiu de 6,72% para 4,60%.

A decisão de se expor ao risco pode ter se mostrado certeira nos dias de rali, mas também tem seu lado negativo. Em setembro, algumas pesquisas eleitorais indicaram uma recuperação de Dilma Rousseff, o que levou o Índice Bovespa a uma queda de 11,70% em setembro. Os fundos Ibovespa Ativo acompanharam as perdas e tiveram rentabilidade negativa de 11,64%.

Já os fundos Ações Livre, que não possuem o Índice Bovespa como benchmark, tiveram perdas menos acentuadas, com rentabilidade negativa de 8,52%. Conforme o levantamento, as carteiras desses fundos também estavam posicionadas para ganhar com o rali eleitoral, porém muitos gestores optaram por manter em setembro as posições que tinham em papéis defensivos. Por exemplo, a alocação em BB Seguridade era responsável por 4,61% dessas carteiras em 29 de agosto e esse porcentual havia aumentado para 4,97%, em 30 de setembro.

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