A Telecom Italia, que controla a operadora brasileira de telecomunicações TIM, confirmou a renúncia de seu executivo-chefe Marco Patuano em uma breve declaração nesta segunda-feira (21). Entre investidores, a saída do executivo renova especulações sobre uma possível consolidação do setor no Brasil. Durante a manhã, as ações da TIM lideravam as altas do Ibovespa, com valorização de 6,12%, ante alta de 0,55% do índice.
Sem dar mais detalhes, a Telecom Italia informou que “o executivo-chefe, Marco Patuano, entregou hoje sua renúncia”, que agora está sujeita à aprovação de órgãos corporativos relevantes em relação aos termos e condições do processo. O executivo tem cerca de 70 mil ações ordinárias da companhia e 30 mil ações preferenciais da Telecom Italia.
De acordo com fontes, a decisão de Patuano ocorreu após o executivo entrar em conflito com diretores sobre a estratégia da empresa, na qual o grupo francês Vivendi assumiu uma participação majoritária de quase 25% no ano passado.
As divergências de Patuano com a diretoria surgiram, de acordo com fontes, depois da nomeação de quatro diretores da Vivendi ao conselho da Telecom Italia, em dezembro. Atualmente, a Vivendi tem quatro dos 17 assentos no Conselho da companhia italiana. Um dos motivos do conflito seria a determinação dos novos diretores de cortar custos de forma mais agressiva.
Embora a declaração não tenha fornecido informações sobre a sucessão, o presidente da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, deverá assumir a função de executivo-chefe interinamente.
Brasil
Com a saída de Patuano, voltam a surgir comentários de mercado sobre o futuro da Tim no Brasil. O Itaú BBA, mais cedo, disse que caso a Vivendi consiga nomear um novo executivo-chefe, existe a expectativa de que poderia ser facilitada a venda da TIM. No entanto, não está claro ainda quem poderia ser o potencial comprador no curto prazo.
Além disso, a instituição acredita que a reestruturação da dívida da Oi provavelmente precederá qualquer negociação direta. Recentemente, foi informado o fracasso nas conversas sobre uma potencial fusão de Oi e TIM, que contaria com injeção de capital do fundo russo Letter One.
“Em outras palavras, não vemos um negócio que envolva a Tim acontecendo no curto prazo, embora acreditemos que a saída de Patuano pode facilitar o processo quando chegar o momento”, disse o Itaú BBA.
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