Refinaria da Petrobras, em Araucária. Responsável por 12% dos derivados de petróleo no país, está há 14 dias parada| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Reivindicações

Pauta é focada em saúde e segurança

Segundo o Sindipetro PR-SC, a pauta contém 17 reivindicações relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores e foi motivada por problemas de segurança agravados após o acidente na refinaria. Uma dos principais pedidos do sindicato é pela recomposição do efetivo de trabalhadores próprios que, segundo Bernardi, tem sido constantemente reduzido nos últimos meses. Além disso, o sindicato reclama do corte de investimentos destinados à manutenção da refinaria, por meio do Programa de Redução de Custos Operacionais (Procop), que pode levar a outros acidentes.

De acordo com Bernardi, a preocupação do sindicato é com o sucateamento da refinaria e diminuição do número de profissionais, aspectos que têm impacto direto na segurança dos trabalhadores. "As principais queixas de falta de segurança nos últimos tempos eram justamente dos trabalhadores da Repar e dos funcionários da Refinaria de Manaus (Reman), onde um acidente no dia 1.º de dezembro deixou três trabalhadores feridos", relata.

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Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) aguardam até a manhã de hoje uma resposta da empresa para as exigências de melhorias nas condições de saúde e segurança feitas pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC).

Caso os trabalhadores concordem com a paralisação, mais de 800 pessoas envolvidas na manutenção cruzarão os braços, o que afetará a reforma da Unidade de Destilação U-2100, cujo funcionamento foi paralisado em consequência do acidente ocorrido no dia 28 de novembro. "Um dos pontos da nossa pauta já foi atendido pela Repar, que foi a formação de um grupo de trabalho, com a participação do sindicato, para acompanhar a manutenção da unidade danificada", disse o presidente do sindicato, Silvaney Bernardi.

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Desde o acidente, a produção na refinaria está totalmente parada, pois a unidade afetada é o ponto de partida do processo de refino do petróleo. Boa parte dos trabalhadores que estão ajudando nos reparos são funcionários da Repar. A paralisação desses trabalhadores pode atrasar a recuperação da unidade e complicar ainda mais o cenário do abastecimento de combustível no Paraná e em Santa Catarina.

A estimativa do sindicato dos petroleiros é de que há mais de 300 profissionais trabalhando na recuperação da unidade. Na última semana, parte da unidade afetada pelo acidente foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/MTE) porque o local oferecia riscos aos trabalhadores envolvidos na recuperação.

A diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, confirmou ontem que o Brasil terá de aumentar a importação de Diesel para suprir a falta do produto no mercado após a explosão que paralisou a produção na Repar, responsável por 12% da produção nacional de derivados de petróleo.

Na segunda-feira, a ANP autorizou que um duto que transporta óleo cru fosse utilizado para transportar diesel importado via Porto de Paranaguá. A medida, segundo ela, viabiliza e dá agilidade à importação, de forma que não haverá descontinuidade ou problemas de abastecimento na Região Sul. O duto deve começar a funcionar hoje. Enquanto o diesel importado não chega ao mercado da região, a Petrobras continua controlando a oferta do produto no Sul do país para evitar o desabastecimento total.