A tubulação de petróleo que liga o terminal de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, deve voltar a operar no fim de semana, segundo informação da Petrobras. As recentes chuvas entortaram os canos do oleoduto na altura do quilômetro 670 da BR-376, provocando a interrupção total de fornecimento de óleo bruto à refinaria. A estatal deslocou suprimento de São Paulo para as distribuidoras paranaenses para evitar desabastecimento.
Questionada, a Repar não informou o nível de produção atual, a capacidade de reserva da usina, os problemas detectados nos oleodutos ou qual é o trabalho sendo realizado nas instalações. Em nota, a empresa disse apenas que "não vislumbra problemas de abastecimento na região".
A Repar é responsável por 12% da produção nacional de derivados de petróleo em condições normais, todo o consumo de combustível do Paraná e de Santa Catarina é processado na refinaria. A tubulação que liga Araucária a Itajaí, Biguaçu e Guaramirim, por onde escoam os derivados que abastecem o estado vizinho, também deve voltar a operar no fim de semana, de acordo com a nota.
"Quanto ao poliduto Olapa, que liga a Repar ao terminal de Paranaguá, continuam os trabalhos de avaliação das suas condições operacionais", afirmou a empresa, não especificando em que momento a operação será retomada. O poliduto entre a Repar e Paranaguá também opera com derivados, e não óleo bruto.
Porto de Paranaguá
Os problemas pontuais para o escoamento da safra, causados pela forte chuva que atingiu o estado na última semana, começam lentamente a ser resolvidos. Ontem, a América Latina Logística (ALL) liberou a ferrovia entre Curitiba e Paranaguá. Cerca de 30% dos grãos embarcados nos portos do estado chegam ao litoral via trem. Segundo a empresa, os mil vagões que estavam "presos" em Curitiba já desceram a serra. Ontem, a ALL também organizava a logística para providenciar a subida dos vagões que ficaram retidos em Paranaguá.
Nas rodovias, a situação também evoluiu. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) voltou a liberar as senhas do sistema Carga On-line, responsável por gerenciar o fluxo de caminhões em direção ao porto. Os exportadores estavam há uma semana sem receber autorização para seguir viagem ao litoral. Na BR-277, entre Curitiba e Paranaguá, os caminhões estão descendo a serra em comboios de 50 em 50. Na terça-feira, 3 mil caminhões circularam em ambas as direções da rodovia, uma movimentação que equivale a 48% do normal numa época de safra, quando circulam 7 mil veículos em ambos os sentidos. A Ecovia, concessionária que administra o trecho, acredita que o fluxo deve ficar mais tranquilo a partir de sexta-feira, quando as obras emergenciais nas pontes danificadas forem finalizadas.
"A chuva, que muito atrapalha as nossas operações, agora também afetou a estrada e a ferrovia, mas as previsões de restabelecimento são otimistas. Não acredito que haverá danos maiores à movimentação portuária", afirmou o superintendente da Appa, Airton Vidal Maron, em nota divulgada pela assessoria de imprensa do órgão.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast