O repique da inflação afetou o resultado das negociações salariais fechadas no primeiro semestre deste ano. Um balanço divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Dieese mostra que, de 309 acordos analisados em todo o país, 85,8% estipularam reajustes iguais ou superiores ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE. Foi o menor percentual nos últimos três anos, abaixo do registrado pelo Dieese na primeira metade de 2006 (96,5%) e de 2007 (96,6%).
Na Região Sul, os dados do Dieese mostram que 97,1% das negociações resultaram em reajustes iguais (11,4%) ou maiores (85,7%) que a inflação acumulada. Foi o maior índice do país. Na Região Norte, por exemplo, apenas 62,5% dos reajustes superaram a inflação, e outros 6,3% foram iguais a ela.
Em todo o país, a média de aumentos iguais ao INPC foi de 12,3% dos acordos assinados entre janeiro e junho, contra 9,5% em 2007. Da mesma forma, caiu a parcela de reajustes com ganho real (acima da inflação), de 87,1% para 73,5%. Já 14,2% das negociações não tiveram sucesso em repor pelo menos a inflação acumulada desde a última data-base, contra 3,4% no ano passado. "Com a elevação dos preços de determinados produtos observada nos últimos meses, as negociações salariais foram afetadas, embora não intensamente", afirma o Dieese em seu relatório.
O Dieese acrescenta que seria "precipitado" fazer uma previsão para o resultado das negociações neste segundo semestre que concentra a data-base de categorias com forte poder de organização, como metalúrgicos, bancários e petroleiros , "dada a ainda recente manifestação do fenômeno". Mas ressalta que "dados mais recentes apontam para certa acomodação dos preços, sugerindo mais a existência de um realinhamento de preços do que um processo de descontrole inflacionário".
O comércio e a indústria foram os setores com maior concentração de reajustes salariais superiores à inflação, com percentuais de 81,3% e 80%, respectivamente. Na área de serviços, o resultado foi de 64%.
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