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Argentina

Repsol diz ter participação de US$ 10,5 bilhões na YPF

A companhia petrolífera espanhola Repsol estima em US$ 10,5 bilhões sua participação de 57,4% em sua filial argentina, à qual outorga um valor total de US$ 18,3 bilhões, em virtude da Lei de Privatização e Estatutos da YPF.

A companhia espanhola entende que, para promover a desapropriação de 50,1%, o governo argentino deveria lançar uma oferta pública de ações (OPA), informou em entrevista coletiva em Madri o presidente da Repsol, Antonio Brufau.

Segundo os estatutos da YPF, da qual Repsol controla 57,4%, em caso de uma aquisição igual ou superior a 15%, o comprador deve formular uma OPA pela totalidade das ações da companhia.

Neste caso, o critério aplicável para determinar o preço por ação da YPF consistiria em multiplicar o maior ratio por ação registrado pela companhia nos dois últimos anos pelo resultado líquido por ação dos últimos 12 meses.

O resultado desta operação arrojaria um preço por ação da YPF de US$ 46,55, o que representaria avaliar o total da companhia em US$ 18,3 bilhões.

"Vamos pedir o que temos direito e o que pagamos. Nossa reivindicação econômica estará baseada nesse preço" (de US$ 18,3 bilhões), disse Brufau, que antecipou que haverá "mais reivindicações" e serão adotados "outros tipos de procedimentos".

Quanto à participação de 6% que restaria à Repsol na YPF após a desapropriação, Brufau afirmou que será preciso ver qual é a avaliação final da companhia para adotar uma decisão a respeito.

"Imagino que o governo (argentino) tentará não cumprir o que tem que fazer", afirmou o presidente da companhia petrolífera espanhola, que anunciou que recorrerá à arbitragem internacional.

"Gostaria de acreditar que a decisão não é irreversível, mas não sou otimista", acrescentou Brufau, que prevê uma longa e dura batalha de até dois anos, e lamentou que a presidente argentina não tenha se reunido com ele porque, segundo seus ministros, "a senhora estava zangada".

Para Brufau, a descoberta de petróleo no campo de "Vaca Muerta" é, sem dúvidas, a causa da nacionalização da companhia, assim como o insustentável modelo energético de subsídios da Argentina que leva a um "consumo descontrolado de gás e a faturas não pagáveis".

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