Termina hoje, para pessoas físicas, o prazo para a reserva de ações da oferta pública do Banco do Brasil (BB). A instituição está oferecendo 45.441.459 ações ordinárias, o equivalente a 7,6% de seu capital total. Se para o banco a recente turbulência do mercado foi prejudicial, para os investidores que desejam comprar ações a forte queda das últimas semanas pode representar uma chance de obter bons rendimentos a médio e longo prazo. O valor mínimo de investimento é de R$ 1 mil e o máximo, de R$ 300 mil.
"A procura pelas ações do banco está boa, mas não tão forte quanto nós esperávamos. O pessoal ficou um pouco mais temeroso depois das últimas quedas da Bolsa", diz o analista Léo Fabiano da Cruz, da Aureum Corretora. Ele recomenda a compra dos papéis do BB. "Estamos aconselhando as pessoas a investir pelo menos o valor mínimo. Acreditamos que em cerca de três meses elas já vão comemorar bons ganhos. Trata-se de uma instituição confiável, e o preço da ação está bastante acessível."
Hiroiuki Yamamoto, consultor de investimentos da corretora Century, é um pouco mais cauteloso. "Para quem quer comprar e carregar as ações, é válido. Mas o mercado ainda está muito atrelado ao que acontece nas bolsas americanas. É quase um consenso que o banco central dos Estados Unidos (Fed) vai aumentar os juros de 5% para 5,25% no dia 29, mas não se sabe se vai parar por aí." Segundo Yamamoto, há quem aposte que na seqüência haverá nova elevação dos juros americanos, de mais 0,25 ponto porcentual.
Se o Fed sinalizar a possibilidade de novas altas, deve persistir a fuga de investimentos estrangeiros dos países emergentes, como o Brasil. Isso tende a provocar novas perdas na Bovespa. Desde o início de maio, quando atingiu o pico histórico de 42 mil pontos, o Ibovespa (índice que reflete a variação das principais ações) já caiu quase 20%. Essa forte volatilidade reduziu em 29% o valor que o Banco do Brasil poderia captar com sua oferta pública. Se fosse pela cotação máxima do ano, de 16 de maio, a instituição teria conseguido R$ 3,035 bilhões ontem, o valor da captação seria de R$ 2,161 bilhões.
As ações da nova oferta começam a ser negociadas no dia 28, e o valor será definido dois dias antes, por meio do chamado "bookbuilding" ou seja, a partir da cotação média dos papéis do banco nos cinco pregões anteriores. O valor da reserva será debitado da conta do investidor no dia 29.
Ontem, as ações do BB terminaram a sessão da Bovespa em R$ 47,59, com queda de 0,87% a Bolsa caiu 0,64%. No mês, a cotação do Banco do Brasil acumula desvalorização de 15,32%, mas desde o início do ano houve avanço de 16,97%.
Fuga de investidores
Desde o início de maio, os temores de um aumento mais forte na taxa de juros dos Estados Unidos provocaram quedas em bolsas de todo o mundo, especialmente nos mercados emergentes. Na Bovespa, o fluxo de capital estrangeiro esteve positivo até o início desta semana, mas agora está negativo em aproximadamente US$ 500 milhões o que significa que, desde o início do ano, houve mais retiradas do que investimentos no país. Somente em junho, o saldo negativo ultrapassa US$ 2,2 bilhões.
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