O movimento da Grécia para resgatar as operações gregas dos dois maiores bancos do Chipre, que faz parte do plano de ajuda de 10 bilhões de euros oferecido ao governo e ao setor bancário da ilha, não aumentará o ônus da dívida do país helênico, afirmou o ministro de Finanças, Yannis Stournaras.
Em comunicado, o ministro disse que essas operações serão assumidas por um banco grego - confirmando declarações anteriores de fontes do ministério - e afirmou que o Banco Central grego vai examinar o interesse de bancos do país em adquirir as operações.
O comunicado foi divulgado horas depois de os ministros de Finanças da zona do euro chegarem a um acordo de ajuda financeira para o Chipre que prevê uma controversa taxação sobre os depósitos bancários e uma drástica reorganização do setor bancário cipriota, incluindo a separação das operações gregas dos bancos da ilha.
A decisão dos ministros da zona do euro "garante completamente os depósitos das filiais dos bancos na Grécia, protege o interesse público e a estabilidade financeira do país e não onera o gerenciamento da dívida pública grega", declarou Stournaras. Segundo o ministro, o comitê de estabilidade financeira "concordou unanimemente em transferir todos os ativos e passivos das filiais dos bancos cipriotas na Grécia para uma instituição financeira grega".
O acordo de ajuda para o Chipre, anunciado no começo deste sábado, marca a primeira vez nos cinco anos de crise financeira da zona do euro em que os depositantes dos bancos perderão dinheiro - um movimento que gerou receios de uma corrida bancária tanto na ilha quanto em outros países fragilizados do bloco.
O Parlamento do Chipre pretende adotar uma legislação que impõe a taxação sobre os depósitos durante o fim de semana, mas o mais provável é que isso aconteça na segunda-feira, um feriado local. No entanto, a taxação não será aplicada sobre os depósitos dos dois bancos cipriotas na Grécia, o Cyprus Popular Bank e o Bank of Cyprus, segundo Strounaras.
De acordo com a imprensa grega, as operações provavelmente serão absorvidas pelo estatal Hellenic Postbank, ele próprio assumido pelo fundo de resgate bancário da Grécia, o Fundo de Estabilidade Financeira Helênico, como parte do plano de recapitalização dos bancos gregos, de 50 bilhões de euros. As informações são da Dow Jones.