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Setor produtivo

“Ressaca” faz produção cair 15%

Confira o nível de produção da indústria |
Confira o nível de produção da indústria (Foto: )

Depois de liderar o crescimento da indústria nacional em março, quando subiu quase 20%, o Paraná teve uma espécie de ressaca em abril. A produção das fábricas do estado despencou 14,7% no mês, "eliminando" boa parte do avanço anterior. Bem mais intenso que o observado na média de todo o país (-0,7%), o recuo paranaense foi o pior resultado entre os 13 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Mas, ao menos por enquanto, não se pode afirmar que essa retração configura uma tendência. Aparentemente, ela foi pontual, causada mais por um efeito estatístico – a base de comparação era muito forte – do que por fatores estruturais. "Em março, a produção do Paraná tinha crescido muito em relação a fevereiro. Em abril, a comparação com uma taxa que ficou muito acima da média acabou provocando esse recuo bastante acentuado", diz o economista Fernando Abritta, da coordenação de indústria do IBGE.As fortes oscilações de março e abril, provocadas principalmente pelos segmentos de veículos, máquinas e equipamentos e edição e impressão, bagunçaram a "média móvel trimestral", índice que indica o comportamento da indústria no acumulado dos últimos três meses. Em fevereiro, essa média registrava leve queda de 0,4%; em março, disparou para +4,1% e, em abril, caiu a -0,2%, patamar que Abritta considera "praticamente estável". "Apesar dessa queda, é muito cedo para dizer se o movimento vai persistir", avalia Abritta. Ele ressalta que, à exceção da média trimestral, quase todos os indicadores de longo prazo da indústria do Paraná são bastante positivos.

Embora tenha sido menor que a de março, a produção de abril superou em 8,7% a verificada no mesmo mês de 2009. Foi a sétima alta seguida nesse quesito. "O nível de produção do Paraná já está 1,6% acima do último indicador do pré-crise, de setembro de 2008", diz Abritta. A produção acumulada em 12 meses, acrescenta o economista, sobe desde novembro e já aponta alta de 2%.

No conjunto dos quatro primeiros meses de 2010, o avanço chega a 11,7%. A maior influência, segundo o IBGE, veio das montadoras de automóveis e caminhões, cuja produção cresceu 64%. Embora deva continuar positiva nos próximos meses, a taxa de expansão desse segmento tende a perder força ao longo do ano, em razão do fim de benefícios tributários como o IPI reduzido para automóveis, que acabou em março, e caminhões, com término marcado para o próximo dia 30. Outro destaque positivo é a indústria moveleira, com expansão de quase 55%.

Pelo lado negativo, a principal fonte de pressão em 2010 vem de um segmento relativamente pequeno da indústria estadual, o de edição e impressão, que é movido por fatores sazonais como as encomendas de livros didáticos – e, portanto, sujeito a fortes oscilações. Depois de crescer quase 80% em 2009, a produção das gráficas paranaenses amarga uma queda de 18% neste ano. Somente dois outros segmentos diminuíram seu nível de atividade neste ano: o de produtos químicos (adubos e fertilizantes), com baixa de 11%, e o de aparelhos e materiais elétricos (-0,5%).

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