Disputada pela Telefônica e pela Vivendi, a GVT cumpriu ontem um dos procedimentos necessários para sua venda. Os acionistas da companhia de telecomunicações com sede em Curitiba suspenderam dois artigos de seu estatuto que poderiam emperrar as negociações com as duas multinacionais. Agora, falta a anuência da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) para a troca de comando na empresa.

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A disputa pela GVT começou em setembro, quando a francesa Vivendi apresentou uma proposta para adquirir até 100% do capital da companhia pagando R$ 42 por ação. A negociação amigável levou a um acordo em que os maiores acionistas da GVT se comprometiam a vender uma participação mínima de 20% na empresa – no total, eles têm cerca de 30% das ações.

No início de outubro, a espanhola Telefônica, que opera a telefonia fixa em São Paulo e controla a companhia de telefonia celular Vivo, ofereceu R$ 48 por ação e marcou para 19 de novembro um leilão na Bolsa de Valores de São Paulo para comparar até 100% dos papéis da GVT. No mercado, especula-se que a Vivendi fará uma contraproposta assim que obtiver o sinal verde da Anatel para a aquisição – como reflexo dessa expectativa, as ações da GVT fecharam o dia ontem negociadas a R$ 51, em alta de 1,2%.

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Na assembleia extraordinária durante a qual foram removidas as restrições existentes em estatuto, também chamadas de "poison pill" ficou estabelecido que a GVT só pode ser vendida por um valor mínimo de R$ 48 por ação (o que faz o valor global da empresa chegar a R$ 6,5 bilhões), com o pagamento sendo em dinheiro e para um comprador que já opere sistemas de telefonia. Também foi estipulado o prazo de 28 de fevereiro para a conclusão do negócio. Como a aprovação da suspensão de artigos do estatuto ocorreu por unanimidade, em uma votação que durou menos de cinco minutos e sem contestações, é provável que a oferta de compra seja bem-sucedida.

Se a autorização da Anatel sair antes do dia 19, a Vivendi será forçada a fazer uma nova proposta ou desistir do negócio. Para a Telefônica, a aquisição é estratégica para ganhar corpo fora de São Paulo, já que a GVT tem presença em 16 estados.