Afetada mais uma vez pela conta petróleo, a balança comercial voltou a apresentar déficit em outubro, após dois meses seguidos de superávits mensais. O saldo negativo chegou a US$ 224 milhões no período, o pior resultado para o mês desde 2000, quando as compras externas superaram as vendas em US$ 546,9 milhões. As exportações somaram US$ 22,822 bilhões e as importações, US$ 23,046 bilhões. De janeiro a outubro, o comércio exterior brasileiro apresentou déficit acumulado de US$ 1,832 bilhão, o pior desde 1998, quando a balança teve saldo negativo de US$ 5 bilhões.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, disse que, no mês passado, houve aumento de 82% nas importações de petróleo e derivados ante outubro de 2012. Ele explicou que o principal motivo foi a parada, para manutenção, da refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), de 19 de setembro até o fim de outubro. Para Godinho, a tendência é de queda das importações do produto por três razões: a refinaria voltará a funcionar; a Petrobras aumentará sua produção; e, com o período de entressafra de grãos, haverá menos consumo de óleo diesel por caminhões, tratores e colheitadeiras.
Recordes
Em outubro, tanto as exportações quanto as importações bateram recordes. Em relação a outubro de 2012, o total exportado cresceu 0,3%, mas caiu 0,8% ante setembro deste ano. As compras externas registraram crescimento de 9,6% ante outubro do ano passado e 11,6% sobre o mês anterior.
Os chineses mantiveram a posição de maiores parceiros comerciais do Brasil nos dois sentidos. A China comprou US$ 3,640 bilhões em produtos brasileiros e exportou para nós US$ 3,708 bilhões. Com isso, houve um déficit de US$ 68 milhões com o país asiático. Os Estados Unidos estão em segundo lugar. Texto de Eliane Oliveira.