Curitiba O resultado dos exames que podem confirmar a existência de quatro focos de febre aftosa no Paraná vai atrasar, informou ontem o secretário nacional de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gabriel Maciel. Segundo ele, Maciel, foi necessário coletar mais material dos animais com sintomas e enviá-lo para análise no laboratório do ministério em Belém (PA). Previsto inicialmente para hoje ou amanhã, o diagnóstico deverá atrasar "de um a dois dias", informou Maciel.
Há no estado 19 animais supostamente infectados, distribuídos em quatro fazendas, nos municípios de Maringá, Loanda e Amaporã, no Noroeste, e Grandes Rios, na região central. A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seab) isolou e está monitorando essas e outras 36 propriedades paranaenses que receberam animais de Mato Grosso do Sul onde já foram confirmados dez focos de aftosa nos últimos 60 dias.
Um levantamento apontou que o Paraná recebeu 1.994 bovinos do estado vizinho nesse período. Desse total, 99 vieram dos cinco municípios hoje interditados devido à aftosa. Segundo a Seab, os animais que apresentaram os sintomas vieram de Mato Grosso do Sul e foram comprados por pecuaristas paranaenses na Eurozebu, realizada em Londrina entre os dias 1.° e 9 deste mês.
Outra medida para evitar a proliferação da aftosa foi a proibição de qualquer evento que reúna animais feiras, leilões, rodeios até que as suspeitas de focos sejam esclarecidas. "O produtor deve mexer o mínimo possível com os animais", pediu o secretário de Agricultura, Orlando Pessuti. Além disso, o estado intensificou as barreiras sanitárias na divisa com Mato Grosso do Sul.
O governador Roberto Requião (PMDB) culpou o governo federal pelo avanço da aftosa no país. Segundo ele, por causa da "fragilidade" do governo federal no controle à doença, o Paraná poderá perder dez anos de trabalho. "O governo prefere pagar contas que nem sabemos quais são e para quem do que investir no país", declarou o governador.
O diretor-geral da Seab, Newton Pohl Ribas, disse que, até setembro, o estado investiu R$ 19,4 milhões em defesa sanitária animal e vegetal. Ele prevê que, até o fim do ano, o investimento poderá superar os R$ 26,3 milhões aplicados em 2004 na área. Na semana passada, Requião recusou os R$ 1,5 milhão liberados pelo ministério em caráter emergencial, por considerar o valor "ridículo".
Quatro estados já decidiram barrar a entrada de animais vivos, carnes e subprodutos do Paraná: os vizinhos São Paulo e Santa Catarina, além do Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Nos principais rodovias que ligam o Paraná a seus vizinhos, a situação ontem foi mais tranqüila do que no dia anterior.
Na BR-376, em Garuva (SC), não havia mais fila de caminhões ontem, segundo a Polícia Rodoviária Federal. No sábado, a fila atingiu 12 quilômetros. Na BR-153, em Ourinhos (SP), por onde entram as cargas originárias do Norte paranaense, nenhum caminhão com carga animal do estado havia passado até o fim da tarde, informou o agente da Secretaria da Agricultura paulista Afonso Lúcio do Nascimento.
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