Na contramão dos principais mercados internacionais, que encerraram o dia no campo negativo devido a cautela sobre a crise na Europa, o Ibovespa -principal índice de ações da Bolsa brasileira- fechou esta nesta segunda-feira (18) em leve alta de 0,18%, aos 56.972 pontos. Depois de ter registrado queda durante boa parte do dia, o índice se recuperou no final da tarde, com uma retomada dos papéis da Petrobras. Às 16h15, o índice chegou a atingir sua pontuação máxima de 57.151 pontos no dia, alta de 0,5%.

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Já as ações mais negociadas da estatal do petróleo, que começaram o dia em queda, fecharam em alta de 0,57%, para R$ 19,20 cada. O movimento dos papéis da Petrobras reflete o vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 3,24 bilhões na Bolsa brasileira nesta segunda.

"As opções que mais movimentam dinheiro hoje são as da Petrobras", disse Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap Brasil. "Além disso, os investidores voltaram a comprar ações da empresa, ainda que com um pouco de cautela, após as avaliações positivas decorridas do aumento no preço do diesel, anunciado mês passado".

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As ações mais negociadas da Vale, que também têm peso importante na composição do índice e passaram boa parte do dia no vermelho, subiram 0,32%, para R$ 33,70 cada.

Chipre

Os investidores permaneceram cautelosos diante da notícia de que o Parlamento do Chipre adiou para amanhã a votação de um plano para impor uma taxa sobre os depósitos bancários no país do mar Mediterrâneo, o quinto a receber um resgate do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) desde o início da crise.

Os credores internacionais exigiram a aplicação da taxa para conceder o empréstimo de 10 bilhões de euros (R$ 26 bilhões) aprovado no sábado. O anúncio, que foi inédito entre os países que pediram ajuda a União Europeia, preocupou os mercados e empurra para baixo as Bolsas mundiais. "A baixa das Bolsas mundiais reflete apenas um susto dos investidores ao pacote de ajuda ao Chipre, mas esse clima não deve se alongar", avaliou o estrategista Hamilton Alves, do BB Investimentos.

"O Chipre é um país pequeno e sobrevive do turismo e do dinheiro externo que entra pelo fato de ser um paraíso fiscal. Imagino que esse aporte ao país foi decidido tão repentinamente porque 10 bilhões de euros para o BCE e o FMI não são nada, perto do que necessitam países de relevância maior, como Portugal, Espanha e Itália", completou.

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Para Alves, as autoridades cipriotas devem tomar uma decisão rapidamente sobre a adoção de um imposto em depósitos bancários a fim de receber logo a ajuda financeira do BCE e do FMI.

"Se aprovarem essa medida, vão receber a ajuda, amenizar a situação negativa de suas contas e vão sumir do mapa, pois os investidores externos só investiam no Chipre porque não havia tributo sobre as contas. Caso uma taxa seja adotada, eles irão fugir", disse. O estrategista avalia que a situação do Chipre não deve ser interpretada como motivo de pânico."Se tivesse sido uma economia maior que precisasse de nova ajuda, como Irlanda ou Espanha, haveria motivo para cautela, mas o Chipre, não. É um problema que pode ser facilmente resolvido, ao contrário dos demais países do bloco que também estão em crise".