Retomada dos EUA encara dúvidas no mercado de trabalho

Os Estados Unidos podem ter atingido um obstáculo no caminho para a recuperação econômica, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3), com a perda de meio milhão de postos de trabalho no setor privado em maio e a queda nos pedidos de hipoteca na semana passada por conta do aumento das taxas de juros.

Os relatórios ilustram o dilema do Federal Reserve, que comprometeu trilhões de dólares para manter os juros de mercado baixos e agora vê um salto das taxas.

Uma esperança, no entanto, veio de um relatório que mostrou que o número de demissões planejadas em empresas norte-americanas caiu pelo quarto mês consecutivo em maio, alcançando o nível mais baixo em oito meses. Isso sugere que a velocidade dos cortes de empregos pode diminuir no futuro.

Mas outros dados mostraram que o setor de serviços, que representa cerca de 80 por cento da atividade econômica do país, contraiu-se pelo oitavo mês consecutivo em maio, mesmo com a diminuição no ritmo de deterioração.

"Isso meio que se encaixa bem com as outras notícias que nós estamos recebendo: as coisas estão menos ruins, mas ainda não estão crescendo", disse Jonathan Basile, economista do Credit Suisse, em Nova York.

"É animador vermos esse processo de estabilização começar a tomar caminho, mas ao mesmo tempo a fraqueza ainda persiste."

A Mortgage Bankers Association afirmou que seu índice de pedidos de hipoteca, ajustado sazonalmente e que inclui empréstimos para compra e para refinanciamento, caiu 16,2 por cento na semana terminada em 29 de maio.

No mercado de trabalho, as empresas cortaram 532 mil vagas no mês passado, mais que o esperado por economistas, segundo a ADP Employer Services. Os dados de abril da ADP foram revisados e mostraram um número de cortes maior que a estimativa prévia.

Pedidos e serviço

No setor de serviços, o índice do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) subiu para 44,0 em maio --melhor resultado desde outubro de 2008--, mas ainda apresenta contração.

A última vez que o índice não indicou retração foi em setembro de 2008, quando estava em 50,0.

Novas encomendas recebidas por fábricas norte-americanas tiveram uma recuperação menor que a esperada em abril e o número do mês passado foi revisado para baixo.