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Divergências

Fazenda prevê melhor o PIB, diz Mantega

A economia brasileira crescerá entre 3% e 3,5% em 2011, estimou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que completou: "A gente acha que vai dar um pouco mais". A estimativa está um pouco acima do que indica o Banco Central, que previu, no Relatório de Inflação do quarto trimestre, um crescimento de 3%.

Mantega também discorda da estimativa de crescimento do BC para 2012. Segundo ele, a Fazenda estima um crescimento entre 4% e 5% e o BC crescimento de 3,5%. "A previsão do BC é mais precisa na inflação. No crescimento, eles são menos precisos. A Fazenda é mais forte na previsão de crescimento", afirmou.

Em relação à inflação medida pelo IPCA, Mantega diz acreditar que o índice irá ficar dentro da meta de 6,5%. "Acredito que a inflação vai ficar abaixo de 6,5%, não vai chegar a 6,56% de jeito nenhum", afirmou o ministro.

Apesar de o Relatório de Infla­ção do quarto trimestre ter trazido uma perspectiva de recuo no IPCA (índice oficial de inflação) no curto prazo, o documento afir­­ma que a retomada da expansão econômica a partir do segundo semestre de 2012 deve trazer novas pressões sobre os preços. Por isso, o Banco Central já admite a possibilidade de inverter o atual ciclo de redução dos juros, para evitar um novo surto inflacionário no começo de 2013.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, foi bem claro ao reconhecer essa possibilidade, representada no cenário de mercado que contempla ainda novos cortes – ainda que moderados – na Selic no começo de 2012. "Caso o cenário de inflação em alta para 2013 se confirme, vamos tomar providências, vai haver aumento na taxa de juros", disse, sem meias palavras.

Por enquanto, a expectativa da autoridade monetária é de que uma confluência de fatores – que vão desde a queda dos preços das commodities até a redução da atividade econômica sob o impacto da crise internacional – possam gerar um recuo adicional no IPCA do primeiro semestre de 2012. Ou seja, sob essa perspectiva, haveria mais "gordura" para queimar quando voltarem as pressões inflacionárias.

De qualquer forma, Hamilton ressaltou que os impactos de uma aceleração econômica já são sentidos na formação dos preços um ou dois trimestres depois, o que poderá demandar uma ação mais tempestiva do Banco Central, devido à defasagem dos efeitos de política monetária sobre a inflação.

Atividade

No Relatório de Inflação divulgado ontem, o BC reduziu de 3,5% para 3% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Para 2012, o BC prevê uma expansão de 3,5%.

Em relação à inflação, o BC elevou ligeiramente a previsão para o IPCA de 2011, de 6,4% para 6,5% – o teto da meta inflacionária. E manteve em 4,7% sua projeção para a inflação em 2012, pouco acima do centro da meta (4,5%). Para o mercado, no entanto, a inflação deve chegar ao fim do próximo ano em 5,39%, segundo a última pesquisa Focus.

O cenário de referência da autoridade monetária prevê que a inflação acumulada em 12 meses atinja 5,9% ao fim do primeiro trimestre de 2012, ante 5,7% na estimativa anterior. No segundo trimestre, o IPCA deve ficar em 5,5% (ante 5,2%) chegando a 4,7% no terceiro trimestre (mesma projeção do relatório anterior).

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