• Carregando...
 |
| Foto:

Financiamento

Anfavea reclama de ritmo de concessões para compra de carros

Agência Estado

O setor bancário não está atendendo a demanda por crédito para a aquisição de veículos. Esta foi a queixa apresentada ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Cledorvino Belini, disse que pediu a atenção do governo na oferta de crédito para a aquisição de automóveis, que tem travado as vendas no varejo. "Em função da maior inadimplência, há maior resistência dos bancos em conceder empréstimos. Precisamos destravar isso. Já começou (a melhorar) com o governo reduzindo as taxas dos bancos públicos."

O ministro "tomou nota", segundo Belini. Nos bastidores, no entanto, fontes da equipe econômica admitiram que o problema faz parte da postura conservadora dos bancos privados, que emperra o crescimento do país.

Governo define fórmula de desconto no IPI

Folhapress

O Ministério do Desenvol­vimento, Indústria e Comér­cio Exterior definiu nesta semana que o multiplicador que será usado para medir quanto cada montadora terá de desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será de 1,3 a partir de 2013.

Isso quer dizer que, a cada R$ 1 milhão gasto pelas montadoras com peças e insumos nacionais em 2013, estas terão R$ 1,3 milhão em créditos para reduzir a tributação de IPI.

O multiplicador será usado para reduzir o imposto em até 30 pontos percentuais. Se o montante que a montadora acumular em créditos for menor, ela arcará com o restante para completar a carga do IPI.

O objetivo da medida é estimular investimentos da indústria automobilística em produção dentro do Brasil. As montadoras também poderão ter uma redução extra de mais dois pontos percentuais se investirem em tecnologia.

O regime foi incluído no pacote de competitividade para a indústria e prevê também uma fase de transição, em que empresas ainda não instaladas em território nacional acumularão créditos tributários que poderão ser descontados posteriormente.

Entrave

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou há pouco, após participar de reunião com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que o setor ficou satisfeito com o pacote.

"A avaliação do setor é que foi muito positivo. Confirmamos investimentos das montadoras no país de R$ 22 bilhões até 2015. Neste ano os investimentos devem começar a deslanchar, inclusive no setor de autopeças", disse.

Segundo ele, o multiplicador de 1,3 vai atingir cada montadora de forma diferente. "Algumas terão de apertar investimentos, outras terão um pouco mais de folga. Varia de montadora para montadora", disse.

De acordo com Belini, a única preocupação do setor é com o ritmo de concessões de crédito. "Com mais inadimplência, há uma restrição maior de crédito. O governo tomou nota, e está conversando com os bancos", disse.

Depois de um primeiro bimestre com vendas paradas no Paraná, o segmento de distribuição de automóveis voltou a registrar alta em março, com aumento de 20,6% em relação a fevereiro. Mesmo assim, a alta expressiva não foi suficiente para ampliar os resultados na comparação com o primeiro trimestre do ano passado – entre os três primeiros meses de 2012 e 2011, houve alta de apenas 0,47% nas vendas. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores – Regional Paraná (Fenabrave-PR) e do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv-PR).

Ao todo, foram 31,8 mil unidades vendidas no mês passado, contra 26,4 mil em fevereiro. No acumulado do ano, as vendas fecharam em 87.599 unidades no primeiro trimestre contra 87.192 no mesmo período de 2011.

A alta de 20,6% é explicada pela queda nas vendas no início do ano, fazendo com que a base de comparação seja baixa. Entretanto, segundo o diretor da Fenabrave-PR, Luís Antônio Sebben, é o comparativo com o ano passado que preocupa. "O mês de março já é cíclico, por causa das férias e feriados do início do ano as pessoas acabam postergando a compra do veículo. O que reflete a nossa realidade é a comparação com o ano passado, que mostra que a atividade econômica diminuiu", avalia Sebben.

Entre as razões apontadas pelo diretor da federação está o poder de compra menor – já que, segundo ele, os trabalhadores passam a ganhar seus reajustes salariais a partir de abril e agora, sentindo os efeitos da inflação sobre a remuneração–, além do aperto do crédito por parte das instituições financeiras. "Os bancos estão mais cautelosos, principalmente com os financiamentos mais longos e sem entrada", ressalta Sebben.

A previsão da entidade é manter a venda de 30 mil unidades em abril e fechar 2012 com crescimento de 6% sobre o ano passado. Para isso, porém, as concessionárias vão ter de correr atrás do "prejuízo" no segundo semestre. "Como o primeiro trimestre o crescimento foi praticamente zero e o segundo não será nenhuma maravilha, o setor vai ter de crescer uns 10% no segundo semestre para compensar, em uma média de 1,5% ao mês", pondera.

Os automóveis tiveram um crescimento de 22,5%, passando de 13,8 mil unidades vendidas em fevereiro para 16,9 mil em março. Já em relação a março de 2011, quando foram vendidos 17,3 mil automóveis, houve queda de 2%. No acumulado do ano, o setor teve saldo positivo de 0,11%, passando de 46.280 unidades para 46.333.

Já as vendas de motos foram 15,2% maiores em março na comparação com fevereiro. Entretanto, em relação ao mesmo mês do ano passado, o saldo ficou negativo em 3,83%.

Vendas nacionais

Em todo o país, foram vendidos 478 mil veículos no mês de março, segundo a Fenabrave, resultado estável em relação ao mesmo período do ano passado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]