As mudanças recentes na economia, com queda na taxa básica de juros e pressão do governo para reduzir o spread (ganho) dos bancos, já começa a se refletir nos números das instituições. Um levantamento da consultoria Economática mostra que o índice de rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) do Itaú Unibanco e do Bradesco, no terceiro trimestre deste ano, voltaram aos níveis de 1997 e 1999, respectivamente. Na prática, significa que, embora os lucros ainda sejam elevados, a remuneração para o acionista se reduziu muito.
O ROE é um indicador financeiro, medido em porcentual, que mostra qual a capacidade de uma empresa crescer usando apenas os recursos próprios. "Todas as mudanças na economia, principalmente queda de juro, já começam a se refletir nos números dos bancos. O retorno sobre o patrimônio retroceder aos níveis de 1997 e 1999 chama a atenção. Antes era mais fácil para os bancos ganharem dinheiro com a taxa de juros altíssima. Na prática, o ROE voltar a níveis da década de 90 significa que o acionista está tendo uma remuneração menor", diz Einar Rivero, responsável pelo estudo da Economática.
Segundo o cálculo feito pela Economática, o ROE do Itaú Unibanco no terceiro trimestre é de 17,8%. No quarto trimestre de 1997, esses percentual era de 17,1%. Já para o Bradesco, de acordo com os cálculos da Economática, o ROE no terceiro trimestre deste ano é de 18,4%. O indicador era de 16,2% no quarto trimestre de 1999. Segundo a Economática, embora o Itaú tenha um lucro superior do Bradesco, o índice de rentabilidade sobre o patrimônio é menor do que o do Bradesco desde o quatro trimestre de 2010.
O cálculo feito pela Economática leva em conta o lucro acumulado nos últimos 12 meses, fechados em cada trimestre, e o patrimênio médio. Os dados utilizados pela Economática são os mesmo enviados pelos bancos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).