As vendas do comércio reagiram e avançaram 0,6% em outubro, frente a setembro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. É a primeira alta depois de oito quedas seguidas, considerando o resultado frente ao mês anterior. Nesses oito meses, o varejo acumulou queda de 6,3%.
Frente a outubro de 2014, o tombo foi de 5,6%. Nessa base de comparação, o comércio recua há sete meses seguidos. Mas o resultado de outubro mostra um ritmo menor de queda que nos meses anteriores: as taxas foram de 6,9% em agosto e 6,3% em setembro. No acumulado de 2015, o comércio registra perda de 3,6%. Nos doze meses encerrados em outubro, a queda é de 2,7%. É maior taxa de queda em quase doze anos, desde janeiro de 2004, quando foi de 2,9%.
As vendas do comércio tem sido afetadas pela alta da inflação, pela piora no mercado de trabalho — com aumento do desemprego e do temor de perder o emprego — e pela redução na renda. Além disso, a elevação da taxa de juros no país encarece o crédito, o que prejudica principalmente a venda de bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos, por exemplo.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostraram que o consumo das famílias já recua há três trimestres seguidos, depois de onze anos consecutivos de avanço. De julho a setembro, a queda foi de 4,5% frente ao terceiro trimestre de 2014, a maior em quase 20 anos.
A alta de 0,6% das vendas do comércio foi acompanhada por uma maioria de taxas positivas entre os setores. Cinco dos oito segmentos avançaram em outubro, frente a setembro. O maior aumento ocorreu no segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 2%. Em seguida, veio tecidos, vestuários e calçados, com 1,9%, e artigos farmacêuticos, com 1,5%. As duas atividades tinham registrado queda no mês anterior, de 1,4% e 1%, respectivamente. Na comparação com outubro de 2014, houve disseminação de taxas negativas com recuo em todos os setores.
Se o varejo mostrou reação em outubro, quando se considera o chamado varejo ampliado — que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção — o resultado foi diferente. As vendas ficaram praticamente estáveis em outubro, frente a setembro, com recuo de 0,1%. Já na comparação com outubro de 2014, o tombo foi de 11,8%.
Paraná
No Paraná, as vendas em outubro ficaram estáveis na comparação com setembro e caíram 4,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O porcentual é um pouco maior do que o registrado em setembro, de 4,2%, mas ainda fica abaixo da média nacional. No ano, o setor teve no estado uma retração de 1,6%, contra 3,6% na média do Brasil.
O comércio de veículos, motos e peças, no entanto, vem registrando desempenho no estado pior do que na média do país. O segmento teve retração de 27% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado, contra 23,9% na média do Brasil. No ano, a queda acumulada é de 18,3%, contra 16,9% no país.
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