A economia do Paraná teve uma retração de 1,2% no segundo trimestre deste ano, na comparação o mesmo período do ano passado, abaixo da queda de 2,6% registrada no país no mesmo período. O resultado mostra que o aumento do desemprego e a queda de renda começam a mostrar seus efeitos no setor de serviços no estado. O segmento foi o que teve pior desempenho entre os setores avaliados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
Entre o segundo trimestre de 2015 e o mesmo período do ano passado, o Paraná viu o setor de serviços encolher 2,1% contra a retração de 1,4% registrada no país. O dado mostra a fadiga do segmento, afetado pelo impacto do crescimento do desemprego, queda de renda e inadimplência da população nos últimos meses. “Os serviços dependem, basicamente, do consumo das famílias, enquanto outros setores ainda têm o mercado externo. Foi o último segmento a demonstrar retração”, diz o diretor-presidente do Ipardes, Júlio Suzuki.
Por outro lado, a indústria paranaense começa a mostrar sinais de que a retração está desacelerando. O setor registrou queda de 1,7% entre os segundos trimestres de 2014 e 2015, ante o decréscimo de 5,2% no dado nacional. “Nessa base de avaliação, o índice mostra que o pior já passou para a indústria paranaense, especialmente pelo desempenho da produção de energia elétrica, água e construção civil, ainda que a análise esteja atrelada à indústria de transformação”, avalia Suzuki.
Mais uma vez, o desempenho do agronegócio foi de crescimento. O setor registrou alta de 7,4% contra o aumento de 1,8% no país, entre os segundos trimestres de 2014 e 2015. A produção de grãos, especialmente a soja, e de aves foram os principais responsáveis pelos resultados positivos. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o índice tem ainda melhor desempenho na comparação com o cenário nacional: 8,2% no Paraná contra 1,2% no Brasil. “Essa base acrescenta os resultados do fim do ano passado, em que a safra de trigo também é contabilizada”, explica o pesquisador.
No análise macroeconômica, Suzuki observa a tendência de projeções ainda mais negativas para o restante do ano. Agentes econômicos projetavam uma retração de 2% no PIB nacional em 2015. Somente no primeiro semestre de 2015, o índice do país recuou 2,1%.