Ao encerrar mais um mês com queda nas vendas de veículos, a Fenabrave (federação que reúne as distribuidoras de autos) revisou para baixo as projeções para 2015 e mostrou que o fechamento de postos de trabalho já é um problema no setor.
Segundo a entidade, 12 mil funcionários foram demitidos no primeiro quadrimestre de 2015. A causa está no fechamento de 250 concessionárias autorizadas no Brasil, motivado pelo encolhimento do mercado.
Os dados da Fenabrave mostram que os emplacamentos de carros de passeio e comerciais leves recuaram 18,4% nos primeiros quatro meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2014. Por isso, a federação das distribuidoras passou a acreditar que a queda no acumulado do ano chegará a 18% – antes, acreditava-se que a retração ficaria em 10%, mesma projeção feita em abril pela Anfavea (associação nacional das montadoras).
“Os números negativos são influenciados pela antecipação de compras do fim de 2014 [período final da redução do IPI], mas encontramos mais obstáculos em 2015 do que esperávamos”, disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
Para o executivo, o ajuste fiscal será fundamental para a recuperação do setor. “Estamos em maio e o ajuste ainda não foi de fato aprovado, mas temos que seguir em frente.”
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Leia a matéria completaNo início do ano, as 8 mil concessionárias autorizadas instaladas no país empregavam 411 mil funcionários. Caso a previsão de queda se confirme, a federação acredita que outras 550 lojas serão fechadas, o que totalizará uma queda de 10% no número de estabelecimentos.
Com isso, seriam fechados cerca de 38 mil postos de trabalho, número que poderá ser compensado em parte pela abertura de novas lojas. É o caso da Jeep, que deverá abrir 150 lojas ao longo de 2015 para distribuir o recém-lançado Renegade.
Emplacamentos
Foram emplacados 211,6 mil carros de passeio e comerciais leves em abril, o que representa queda de 6,4% em relação a março. Sobre abril do ano passado, a retração chegou a 24,3%.
Os números preocupam, mas houve momentos piores em outros países. Essa é a opinião de Jaime Ardila, presidente da General Motors América do Sul. “Este período é o pior que já passei no Brasil porque não temos mais os mecanismos de auxílio que tínhamos antes, como a redução de IPI. Mas é algo muito menor do que o ocorrido em 2008 nos EUA e na Europa. Existem ferramentas macroeconômicas para solucionar o problema.”
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