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Dados do PIB

Retração nos investimentos produtivos no 3º trimestre é a pior desde 2009

Com empresários receosos por conta da crise externa, os investimentos no país ainda patinam, apesar do conjunto de medidas de estímulo do governo, que incluem desoneração de tributos e financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com juros negativos (abaixo da inflação) para a compra de máquinas e caminhões.

De julho a setembro, a formação bruta de capital fixo (indicador que mede a produção dos chamados "bens" e serviços ligados ao investimento, como máquinas e equipamentos e construção civil) caiu 2% na comparação livre de influências sazonais com o segundo trimestre (queda de 1,6%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a retração mais intensa desde o primeiro trimestre de 2009 (11,7%), quando o país ainda vivia o impacto da crise internacional de 2008 e 2009. Em relação ao terceiro trimestre de 2011, a queda foi de 5,6%, o pior resultado desde o terceiro trimestre de 2009 (9%).

O fraco desempenho dos investimentos foi determinado pela menor produção doméstica de máquinas usados na fabricação de outros bens, item de maior peso na composição do da formação bruta de capital fixo.

A construção civil, o segundo componente mais importante, evitou um resultado pior, com crescimento de 1,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2011.

"Apenas a construção civil teve um resultado positivo. Tanto a produção doméstica de máquinas e equipamentos como a importação vieram ruins", disse Rebeca Palis, gerente das Contas nacionais do IBGE.

De janeiro a setembro, o investimento acumula uma queda de 3,9%, também na pior marca para o período desde 2009.

Taxa de investimento

Com o fraco desempenho no terceiro trimestre, a taxa de investimento (valor total do que é investido na economia como proporção do PIB) caiu para 18,7% no período, abaixo dos 20% registrados entre julho e setembro de 2011.

A taxa do terceiro trimestre deste ano é a mais baixa desde o terceiro trimestre de 2006. Nem durante durante a crise de 2008 e 2009 os investimentos representaram uma fatia tão pequena do valor do PIB.

Especialistas creem que o país precisa de uma taxa de investimento entre 22% e 25% do PIB para ampliar a capacidade produtiva e sustentar um crescimento robusto da economia a longo prazo (na faixa de 4,5% a 5% ao ano), sem pressão sobre a inflação.

Setor externo

Se os investimentos seguem em compasso de espera, o setor externo melhorou na esteira da estabilidade do câmbio num nível mais alto. Com a desvalorização do real, as exportações de bens e serviços cresceram 0,2% do primeiro para o segundo trimestres. Já exportações recuaram 6,5% no período -maior queda desde o primeiro trimestre de 2009.

Na comparação o terceiro trimestre de 2011, as exportações caíram 3,2%, mas as importações recuaram num patamar maior (6,4%).

"Com esses resultados, o setor externo voltou a contribuir positivamente para o PIB no terceiro trimestre", disse Palis. De janeiro a setembro, porém, as exportações registram leve queda de 0,1%, enquanto as importações mostram avanço de 0,2%.

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