O prefeito interino de São Mateus do Sul, Clóvis Distéfano, o deputado estadual Hussein Bakri e o governador do Paraná, Beto Richa, se reuniram nesta segunda-feira (1) com o ministro de Minas e Energia, Carlos Eduardo de Sousa Braga, para discutir a hipótese de fechamento da unidade de industrialização de xisto da Petrobras em São Mateus, a Six. O encontro estava marcado para esta quinta-feira (4), mas foi adiantado.
Durante o encontro em Brasília, foi protocolada uma carta na qual é defendida a manutenção da unidade. O documento argumenta que o fechamento da Six poderia gerar desemprego e afetar a arrecadação do município e do Paraná. Braga se comprometeu a analisar o pedido.
A Petrobras, desde o início das especulações não confirma o fechamento. A assessoria de imprensa da empresa afirmou, por nota, que está marcado apenas uma paralisação do parque industrial da Six para manutenção, garantindo o atendimento da norma de segurança NR13, do Ministério do Trabalho, que trata da operação de caldeiras e vasos de pressão. O trabalho irá envolver cerca de 600 funcionários. A parada é praxe e ocorre em todas as unidades da Petrobras.
Em São Mateus do Sul, a Six já passou por processo parecido. O fechamento está marcado para o dia 13 e em aproximadamente 30 dias o funcionamento da unidade voltará ao normal, garante a assessoria.
Risco
O deputado Hussein Bakri disse que o ministro de Minas e Energia não deu prazo para uma resposta, mas iria convocar uma reunião ainda nesta semana para discutir o assunto. “Temos boas condições para reverter a situação”, garantiu o deputado.
Atualmente, a Six recolhe aproximadamente R$ 98 milhões em impostos e royalties por ano. Desse valor, R$ 60 milhões vão para estado do Paraná e outros R$ 20 milhões ficam para o município.
A unidade emprega entre funcionários diretos e indiretos cerca de 4 mil pessoas.
Outro problema logo seria sentido pelo serviço de saneamento de São Mateus do Sul. Existe um acordo entre a empresa e a administração municipal para que todo o lixo urbano seja depositado nas cavas da usina.
Alternativa
Na conversa com o ministro também foi apresentada uma alternativa, já discutida com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) na semana passada. A intenção seria fazer o pedido de uma licença prévia que garantiria a ampliação da produção do chamado lastro, uma espécie de resíduo que fica no fundo do tanque de petróleo, que se processado e misturado com o xisto vira combustível.
Hoje, a Petrobras processa 40 toneladas por dia do lastro – com a ampliação da produção, a estatal poderia economizar custos, afirma o deputado.