Terminou sem conclusão a reunião de dirigentes de seis centrais sindicais com o secretário de Política Econômica, Marcio Holland. De acordo com uma fonte que participou do encontro, ocorreu uma espécie de "ruído de comunicação", pois o Ministério da Fazenda queria ouvir uma proposta dos sindicalistas sobre a questão que envolve o abono salarial, concedido para trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos por mês. E os representantes das centrais, contudo, disseram que estavam ali para ouvir as sugestões do governo. Do lado dos trabalhadores, participaram a CUT, UGT, Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores, CTB e CGTB.
De acordo com esta fonte, uma nova reunião entre governo e sindicalistas deve ocorrer depois que o Ministério do Trabalho apresentar um estudo detalhado sobre "uma reestruturação da questão que envolve o abono salarial".
"Como nem o governo tem uma proposta alternativa, ficou o Ministério do Trabalho incumbido de fazer uma análise detalhada sobre a questão. Nela, seria feita uma segregação do abono salarial para compreender o que significa essa quantidade crescente de gastos nesse benefício", comentou. "É importante saber em quais segmentos produtivos está havendo aumento pela demanda pelo abono", disse. "Cerca de 40% de quem recebe o seguro desemprego está nos segmentos produtivos que tiveram acesso a desonerações tributárias. Será que não estaria ocorrendo a mesma coisa quanto ao abono?", questionou.
Segundo a fonte, há uma suspeita de queda de receitas do PIS/Pasep, que estaria sendo motivada especialmente por micro e pequenas empresas vinculadas ao Simples. "A contribuição tributária para o governo das companhias ligadas a este programa varia de 4,5% a 7,5%, mas disso não é sabido quanto vai para PIS/Pasep", ponderou.
A fonte acrescentou que, além da análise do Ministério do Trabalho sobre o abono salarial, será agregado um diagnóstico do benefício preparado pelo Dieese. "A Fazenda deve agregar os dois estudos para a formulação de uma proposta para esta questão", disse o participante da reunião. Ele alertou, contudo, que há riscos de o próximo encontro entre o governo e as centrais sindicais ocorrer só no início de 2014. "Há o risco de isso ocorrer, dado que se trata de uma matéria tão sensível para os trabalhadores, que pode implicar em mudanças estruturais importantes", destacou.
Congresso mantém queda de braço com STF e ameaça pacote do governo
Deputados contestam Lewandowski e lançam frente pela liberdade de expressão
Marcel van Hattem desafia: Polícia Federal não o prendeu por falta de coragem? Assista ao Sem Rodeios
Moraes proíbe entrega de dados de prontuários de aborto ao Cremesp
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast