A reunião anual na Turquia marca o nascimento de um novo Fundo Monetário Internacional (FMI), disse nesta sexta-feira (2) o diretor-gerente do fundo, Dominique Strauss-Kahn. Segundo ele, o novo FMI será o "acumulador de reservas de última instância" e terá função essencial na correção dos desequilíbrios globais ao atuar como "acumulador de reservas" dos países.
Strauss-Kahn disse que, com as crises na Ásia na década de 1990, os países entenderam que era preciso manter níveis altos de reservas para evitar as turbulências. "Mas há uma proposta mais eficiente do que os países acumularem reservas: fazer um fundo das reservas dos países no FMI", acrescentou.
O FMI recebeu um "novo mandato" para atuar como credor global em último caso, mas as autoridades econômicas mundiais podem fazer ainda mais para conduzir um crescimento sustentável, por meio do aumento na cooperação, disse Strauss-Kahn. "Acredito que podemos alcançar ainda mais", afirmou.
As decisões tomadas no último encontro do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) deram ao FMI seu novo mandato e impulsionaram sua legitimidade, ao conceder às economias emergentes maior participação na governança do fundo, disse o diretor. Lembrando da fundação do FMI e de outras organizações multilaterais na Conferência de Bretton Woods, há 60 anos, Strauss-Kahn afirmou que o mundo precisa de outro impulso na cooperação global.
Strauss-Kahn disse que os desequilíbrios globais parcialmente se devem a uma posição não cooperativa nos mercados de câmbio, nos quais alguns países têm superávits em conta corrente elevados para evitar uma crise cambial, como a que devastou as economias de países asiáticos em 1997. O diretor-gerente se mostrou otimista sobre a perspectiva para a economia global, mas alertou que riscos negativos ainda rondam, especialmente porque uma recuperação fraca não deve reduzir o desemprego.
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