Algumas revendedoras de Curitiba e região relatam 30% de perdas nas vendas| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Teve fila de caminhões nas distribuidoras de gás GLP (de cozinha) em Arau­cária ontem. O tempo de espera para o carre­gamento chegou a cinco horas, segundo revendedoras ouvidas pela Gazeta do Povo, e algumas receberam apenas a metade da quantidade acordada.

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O caminhão da distribuidora BR chegou à Copagaz, em Araucária, por volta das 9h30, mas só foi carregado às 15 horas. "Esse processo geralmente demora uma hora", fala o proprietário, Alexandre Florecki. Além da demora, a quantidade de botijões não foi suficiente. A BR geralmente pega 60 por dia, mas ontem recebeu a metade.

Marcio de Oliveira Silva, proprietário da Gás Avenida, que atende os municípios de Pira­quara, São José dos Pinhais, Lapa, Tijucas do Sul e Morretes, passou pelo mesmo problema. Ele pega, diariamente, 2 mil botijões, mas ontem recebeu apenas 1,5 mil da distribuidora. "Além de deixar alguns clientes sem gás, tive perdas de 30%", conta. O caminhão enviado por Silva à distribuidora Nacional Gás, também em Arau­cária, foi abastecido depois de 4 horas de espera.

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O presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná (Sinregás-PR), José Luiz Rocha, diz que realmente existe um controle das distribuidoras. "Elas estão segurando sim. O problema é que o revendedor quer fazer estoque, o que é impossível de acontecer agora. Eles têm de parar com essa ansiedade", fala.

Rocha voltou a afirmar que pode faltar gás nos próximos dias. "Vai ficar apertado no fim de semana", fala, em tom de preocupação. Na última segunda-feira, ele contou que o navio que desembarcou no Porto de Paranaguá na quarta-feira passada, com 4,5 mil toneladas de gás, não trouxe a quantidade suficiente de GLP.

A Petrobras disse, via assessoria de imprensa, que "o suprimento de GLP está normalizado em todo o país".

Histórico

A falta de gás, segundo o Sinregás e a Petrobras, foi decorrente do inverno prolongado do Sul, que provocou o aumento do consumo, e da manutenção da Refinaria de São José dos Campos, que estava produzindo apenas um quarto de sua capacidade. A falta de gás começou a ser percebida pelas revendedoras no fim de setembro.

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