O pregão de juros da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM e F) recuperou a tendência de queda das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) nesta segunda-feira. A retomada foi ajudada nesta sessão por nova revisão para baixo nas projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2007, conforme apurou pesquisa do Banco Central (BC). O indicador é usado para balizar a política de juros da autoridade monetária brasileira.
O contrato de DI para abril marcou 12,70% anuais, queda de 0,02 ponto percentual. O ativo para outubro caiu 0,01 ponto, a 12,20% anuais. Janeiro de 2008 projetou 12,05% anuais, com baixa de 0,04 ponto. Julho do próximo ano recuou 0,06 ponto, a 11,87% ao ano. A taxa para janeiro de 2009 indicou 11,78% anuais, com declínio de 0,04. Janeiro de 2010 registrou 11,76% ao ano, com queda de 0,05 ponto.
Até as 16 horas, antes do ajuste final de posições, foram negociados 774,105 mil contratos, equivalentes a R$ 67,27 bilhões (US$ 32,24 bilhões). Na sexta-feira, foram fechados negócios com 864,059 mil ativos. O vencimento de janeiro de 2008 era o mais negociado, com 236,859 mil contratos registrados, equivalentes a R$ 21,51 bilhões (US$ 10,31 bilhões). No último pregão, foram negociados 143,455 mil contratos para esse vencimento.
"A tendência de queda continua", disse o responsável pela área de BM e F da corretora Ativa S.A., Marcelo Porto, que classificou a alta de sexta-feira como uma correção. E, nesta sessão, a pressão de baixa ainda foi ajudada pela queda nas expectativas apuradas pelo BC entre instituições financeiras para o indicador oficial de inflação de 2007, observou. No mais recente relatório de mercado, feito pelo BC na semana passada e divulgado nesta manhã, o prognóstico do IPCA para este ano caiu de 3,94% para 3,91%.
Outro componente favorável ao recuo foi a nova desaceleração na medição quadrissemanal do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de São Paulo, apurada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Na terceira prévia deste mês, o indicador acusou alta de 0,31%. Na segunda pesquisa, o indicador havia subido 0,41% depois de ter registrado elevação de 0,52% na primeira semana.
Porto notou também que os volumes foram mais "contidos" nesta sessão, refletindo alguma cautela aos dados previstos para sair a partir de amanhã, com destaque para o IPCA-15 de fevereiro - prévia do IPCA. "Ninguém vai arriscar uma posição mais forte com um dado importante como este para sair", acrescentou. A previsão da Ativa é de uma alta de 0,5% no indicador, após um avanço de 0,52% em janeiro.