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Os novos negócios em Havana impulsionaram outro setor, até então pouco em voga na ilha: a publicidade. As histórias de pequenos empreendedores que deram certo foram a inspiração para a revista eletrônica mensal En La Habana, que chegou ao seu terceiro número em março. O objetivo, segundo um de seus criadores, David Más, é mostrar o que está acontecendo na cidade e as transformações econômicas no país, principalmente na capital. E, claro, ganhar dinheiro com isso. “A revista é também uma plataforma para estimular e reconhecer o trabalho dos cuentapropistas”, conta o o fotógrafo de 28 anos, formado em economia e administração. “Nossa ideia é descrever onde se podem encontrar esses novos serviços, sobretudo os bons negócios. E queremos também dar o ponto de vista do cliente”.

Primeiro, David e mais uma equipe de nove pessoas selecionam quais novos empreendimentos podem ser interessantes para o espaço. Depois, vão de porta em porta oferecendo seus serviços. Ele fotografa os locais que estarão nas páginas da publicação — cada sócio tem uma especialidade diferente. São em torno de 17 páginas, com cerca de 12 empresas, em cada edição. “Depois de escolher os locais vamos ver como ele funciona de fato. Conversamos com os vizinhos que nos contam se a aceitação é boa ou não”, explica. “Alguns donos preferem não aparecer, mantendo-se no anonimato. Ou porque não estão preparados para um aumento de demanda ou porque têm alguma irregularidade no negócio. Mas não é nosso objetivo denunciar.”

O embrião da publicação nasceu há quatro anos, mas a revista só conseguiu finalmente virar realidade no começo deste ano. Em formato digital, cada edição é recheada de pequenos anúncios e informes publicitários sobre os negócios que aceitam pagar para aparecer no espaço — o King Bar é um dos anunciantes da edição de março. Além de restaurantes e bares, as empresas incluem escolas de idiomas, como a Pequeña Alianza, e serviços têxteis, dentre outros.

E como uma revista eletrônica pode ser consumida na ilha, onde a grande maioria das pessoas não têm acesso à internet? No Facebook a página da En La Habana, criada no começo de 2013, tem pouco mais de 200 curtidas. E a página principal do negócio não mostra as edições on-line. “Priorizamos principalmente os consumidores locais, que baixam um aplicativo da revista em seus smartphones, um negócio que começa a crescer de maneira muito rápida aqui em Cuba”, explica Más. “Mas estamos investindo em uma página de verdade na internet, que em breve estará completa no ar”.

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