A Revista Época teve acesso à lista de 342 correntistas brasileiros do banco HSBC na Suíça e ao relatório sigiloso da Receita Federal com o nome dos 15 primeiros brasileiros que estão sendo averiguados no caso que ficou conhecido como SwissLeaks.
A revista destaca que também fazem parte dessa lista outros empresários, doleiros e, segundo o documento, gente suspeita de ligação com o tráfico de drogas. “Alguns podem ter sido relacionados só por ter conta na Suíça, o que não é ilegal”, ressalta a reportagem.
O vazamento começou quando documentos com dados de 106 mil pessoas com contas no HSBC da Suíça foram entregues por um ex-funcionário do banco a autoridades francesas e chegaram a um grupo internacional de jornalistas investigativos, o International Consortium of Investigative Journalism (ICIJ). A estimativa é de que os depósitos dos brasileiros neste banco totalizariam um saldo de US$ 7 bilhões entre 2006 e 2007.
De acordo com a revista, o Fisco brasileiro recebeu uma relação de 342 investidores e analisou a lista, cruzando-a com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Daí surgiu a lista dos primeiros 15 brasileiros, que a “Época” divulga com exclusividade em sua edição deste final de semana.
Nomes
De acordo com a revista, a lista integra nomes como o do gaúcho Lirio Parisotto, diretor presidente da fabricante de plásticos Videolar, e Ricardo Steinbruch, empresário e presidente do Grupo Vicunha, que costumam figurar nas listas dos mais ricos do País. Em reposta à matéria, Lírio Parisotto disse que o valor que consta em sua conta no HSBC na Suíça é declarado e também é compatível com sua receita.
A família Steinbruch, que também é dona do Banco Fibra, declarou que todos os ativos no exterior pertencentes à família têm finalidades lícitas e estão de acordo com a lei. “Quanto às menções a pessoas de sobrenome Steinbruch constantes de dados que foram roubados do Banco HSBC e manipulados, reiteramos que não correspondem à verdade e, por sua origem criminosa, não merecem comentários”, diz em resposta à reportagem.
Outros nomes que constam na reportagem, são: Arnaldo José Cavalcanti Marques, empresário pecuarista, que negou ter conta na Suíça; Conceição Aparecida Paciulli Abrahão, dona de casa, que também negou ter conta na Suíça; Dario Messer, doleiro, que por intermédio de seu advogado negou as informações de uma conta de seu cliente na Suíça e disse que todas as suas movimentações são legais; Elie Hamoui, empresário do ramo alimentício, que negou ter contas no exterior; Generoso Martins das Neves, empresário e administrador da empresa de ônibus Braso Lisboa, que negou ter conta no HSBC; Jacks Rabinovich, empresário com participações nos grupos Vicunha e Fibra, que segundo a Época não quis falar com a reportagem.
Constam também da lista publicada pela Época, Jacob Barata, empresário do grupo Guanabara, de transporte público no Rio de Janeiro, que negou a existência de contas no HSBC na Suíça; Jean Marc Schwartzenberg, consultor de mídia, que negou ter enviado dinheiro ao HSBC da Suíça; e José Roberto Cury, engenheiro e fundador da Tricury Construções e Participações, que afirmou desconhecer essa investigação.
Outros nomes citados são Luiz Carlos Nalin Reis, arquiteto e ex-secretário de Planejamento do Acre, que segundo a revista não respondeu aos telefonemas da reportagem; Mário Manela, empresário, que negou que tenha tido conta no HSBC; Renato Plass, administrador, que de acordo com a Época não respondeu aos recados da reportagem; e Samuel Chadrycki, empresário e advogado, que não foi localizado pela reportagem.
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