A cidade do Rio de Janeiro vai abrigar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, mas as oportunidades de negócio geradas pelos eventos esportivos estão sendo criadas em diferentes pontos do país, inclusive no Paraná. O estado tem 56 empresas cadastradas junto ao Comitê Organizador para participar de processos seletivos que visam o fornecimento de produtos e serviços para os dois eventos.
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O Comitê estima que, até o próximo ano, sejam gastos R$ 3 bilhões para essa finalidade, sendo cerca de 10% o equivalente a R$ 300 milhões em produtos e serviços contratados junto a micro e pequenas empresas. A previsão é comprar 30 milhões de artigos, sendo 5 milhões apenas no setor mobiliário. Serão adquiridos, por exemplo, 26 mil sofás e poltronas, 30 mil colchões, 80 mil mesas e 481 mil toalhas. O cronograma da organização dos Jogos prevê que 95% desses gastos sejam realizados até o final deste ano.
Como o volume de mercadorias é alto, as oportunidades se abrem em todo o país pouco mais da metade das 1.695 empresas cadastradas é de fora do estado do Rio de Janeiro. "O evento de revezamento da tocha olímpica, por exemplo, exigirá estrutura de palco e segurança em diversas cidades", diz Francisco Marins, coordenador do programa Sebrae no Pódio, iniciativa que orienta e auxilia empresas interessadas em se tornar fornecedoras dos Jogos.
O Sebrae já fez o pré-cadastro de 3,3 mil empresas junto ao Comitê Organizador. Boa parte do trabalho de triagem foi herdado da Copa do Mundo, quando o Sebrae executou programa semelhante. "Muitas empresas têm medo de participar, pensando que não tem condições de atuar em um evento assim. É justamente o contrário: elas precisam aproveitar a oportunidade de acessar um novo mercado e faturar mais", diz Marins.
Em torno de 60 empresas auxiliadas pelo Sebrae participam, atualmente, de processos seletivos do evento. Entre as organizações que foram bem sucedidas está uma de Bento Gonçalves (RS), que recentemente realizou uma venda aos organizadores dos Jogos.
Exemplo
No Paraná, o caso de maior sucesso é o da empresa Boneleska, de Apucarana, que já havia produzido para a Copa do Mundo e foi licenciada para fabricar bonés e chapéus dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A empresa espera comercializar 300 mil unidades o dobro das vendas realizadas durante o Mundial de futebol e exportar aproximadamente 10% da produção.
A Boneleska prevê um investimento de R$ 300 mil para a compra de maquinário e uma expansão de cerca de 20% do quadro funcional, que já havia sido ampliado na preparação para a Copa do Mundo, foi mantido e hoje é formado por cerca de 70 pessoas.
O gerente de produção Davi Feliz de Souza explica que a dinâmica de produção e de distribuição será diferente em relação ao torneio de futebol. "O evento é centralizado no Rio e isso facilita a distribuição. Mas é um evento curto, com volume intenso de vendas. Então, é preciso ter um bom planejamento."