O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ressaltou nesta terça-feira que o risco de desenvolvimento da produção no pré-sal existe, mas que o de exploração na nova fronteira de produção é pequeno. "O risco exploratório se mede por sucesso de poços pioneiros, que no pré-sal é de 87%. No mundo esse número é de 20% a 25%. Por isso, numericamente, o risco exploratório é baixo", disse Gabrielli em apresentação no Seminário Novos Desafios do Pré-sal promovido pelo Grupo Estado, e que acontece em São Paulo.
Em seguida, ponderou: "Mas ninguém disse que pré-sal não tem risco de desenvolvimento", disse, após o tema ser abordado por outros palestrantes do evento. A barreira a ser superada pela companhia está no desenvolvimento de infraestrutura para escoar a produção do pré-sal, no fornecimento de equipamentos e no desenvolvimento de novos materiais para explorar a região, entre outros pontos.Experiência
O presidente da Petrobras destacou a importância da experiência adquirida pela empresa no desenvolvimento da Bacia de Campos para poder agora se dedicar aos projetos do pré-sal. "O que foi maravilhoso é que quando a Bacia de Campos estava alcançando sua maturidade descobrimos o pré-sal. E já chegamos até aqui com a experiência, infraestrutura e tecnologia desenvolvidos ao longo do tempo em que trabalhamos na Bacia de Campos", disse.
"Muitos dizem ao ver a descoberta do pré-sal que Deus é brasileiro, mas eu costumo dizer que Deus só ajuda quem trabalha e nós estamos trabalhando bastante", comentou em apresentação.
Listando a série de investimentos que a companhia vai realizar até 2020, Gabrielli lembrou que o volume de petróleo que a Petrobrás estará produzindo ao final da década deverá ser superior ao que a companhia produz hoje. "Só no pré-sal estaremos produzindo 2,7 milhões de barris por dia, que equivalem ao que produzimos hoje. Ou seja, levamos 54 anos para produzir isso e agora vamos dobrar isso em nove anos."
Gabrielli lembrou a importância do desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás, não para atender às demandas imediatas da estatal, mas principalmente para estar apta a ser contratada quando entrarem em processo de desenvolvimento os campos adquiridos já sob contratos que preveem elevado teor de conteúdo nacional. "É preciso preparar a indústria para quando vier esta exigência", disse, lembrando que existem seis estaleiros em projeto, que devem levar três a quatro anos para se instalar. "Ninguém faz tudo isso de um dia para o outro. A gravidez neste setor é longa e dura muito mais do que nove meses", disse.Custos de perfuração
O presidente da estatal destacou que a companhia vem sistematicamente obtendo reduções de seu custo de perfuração na área do pré-sal, seja pelo maior conhecimento das áreas, seja por novas tecnologias e também redução do tempo de perfuração. Segundo ele, desde 2008 a empresa já conseguiu reduzir os custos em 45%, o que permitiu que o valor presente líquido (VPL) dos projetos aumentasse em 52% desde então.
"A maior parte dos custos do pré-sal, quase 60%, está nos sistemas submarinos. Reduzindo estes custos, temos uma performance melhor dos projetos, que nos permite chegar a um preço de equilíbrio, que garante todo o investimento feito, com VPL zero, inferior a US$ 45 por barril.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast