Custos trabalhistas e de alimentos são responsáveis ​​por 60% a 70% das receitas da indústria| Foto: Jim Young /Reuters

Cada vez mais deixando as telas do cinema para se alojarem em um futuro não mais tão distante, os robôs estão mais próximos de adentrar as redes de fast-food como McDonald’s e Burger King, mandando embora os funcionários por trás dos balcões. Isso é o que revela um estudo realizado pela empresa de serviços financeiros Cornerstone Capital Group.

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Trabalhadores do McDonald’s reclamam de condições perigosas de trabalho nos EUA

Trabalhadores de lojas do McDonald’s em 19 cidades dos Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (16) que abriram 28 reclamações de saúde e segurança junto a reguladores federais e estaduais do país, alegando condições de trabalho perigosas que levaram a queimaduras graves com óleo de fritura.

As reclamações abriram um novo front em uma campanha de mais de dois anos de trabalhadores e sindicatos que buscam dobrar o pagamento para US$ 15 dólares e melhorar as condições de trabalho para os funcionários de redes de fast-food nos EUA.

Os trabalhadores do McDonald’s, que também alegaram terem sido submetidos a roubo de salários, discriminação racial e retaliação por tentativa de sindicalização, esperam que o McDonald’s seja responsável pelas ações de seus franqueados.

As reclamações, encaminhadas nas duas últimas semanas à Administração de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA (Osha, na sigla em inglês) bem como a várias autoridades estaduais, incluíram alegações de que trabalhadores eram pressionados a limpar e filtrar óleo de fritadeiras ainda quentes.

As reclamações, que têm como alvo 19 lojas franqueadas e nove operadas pelo McDonald’s, também afirmam que em muitos estabelecimentos faltavam kit básicos de primeiros socorros ou equipamentos de proteção adequados para a segurança do trabalhador, e que gerentes disseram a trabalhadores para tratarem queimaduras com condimentos como mostarda e maionese.

O McDonald’s disse que a companhia e suas franquias estão comprometidas em prover condições de trabalho seguras para empregados em cerca de 14 mil lojas nos Estados Unidos.

De acordo com o relatório, os principais fatores para essa mudança são uma disparada nos preços dos alimentos, induzida por mudanças climáticas, as consequências incertas do Obamacare – reforma da cobertura de saúde proposta pelo presidente Obama –, que poderia aumentar os custos dos funcionários, e as tendências de distribuição de renda, que são “cada vez mais um ponto de disputa social e política”.

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Como os custos trabalhistas e de alimentos são responsáveis ​​por 60% a 70% das receitas da indústria, esses fatores ameaçam uma categoria que já opera com margens de lucro magro.

Uma opção seria aumentar os preços para compensar os custos dos alimentos, mas o sucesso dessa estratégia dependeria da inflação dos alimentos e do nível geral de inflação na economia. Além disso, o segmento do fast-food costuma ser sensível ao preço.

Tecnologia na mesa

Enquantos os robôs não vêm, o uso de aplicativos já se consolida em muitos restaurantes americanos, ajudando os clientes a fazerem seus pedidos com antecedência e depois pegá-los no balcão, o que poderia tornar os caixas algo supérfluo. Em geral, essas tecnologias ajudam a reduzir custos e a tornar o negócio mais eficiente.

“Sempre que possível, a tecnologia utilizada para fazer pedidos (quiosques, celulares móveis, pedidos on-line) pode acelerar o processo, melhorar a precisão e diminuir o custo do trabalho para o operador, permitindo-lhes manter suas margens de custos atuais”, disse Darren Tristano, vice-presidente executivo da Technomic, empresa que acompanha a indústria de fast-food, ao “Mashable”.

Para ele, a automação das cozinhas pode tirar o toque pessoal da culinária e não substitui o atendimento pessoal e personalizado. “Com ressalvas a parte de trás da casa, a automação nas cozinhas — o que pode ajudar a melhorar a eficiência no trabalho — irá reduzir custos, mas até certo ponto tira o toque pessoal de um cozinheiro ou chef”, opinou.

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“Essas mudanças podem ser menos desejáveis pelos consumidores. No geral, a automação hoje provavelmente irá economizar alguns dólares, mas provavelmente não terá um grande impacto sobre os operadores de restaurantes que têm sido e continuarão a se concentrar em serviço, hospitalidade e um sorriso amigável”, completou Tristano.