Cada vez mais deixando as telas do cinema para se alojarem em um futuro não mais tão distante, os robôs estão mais próximos de adentrar as redes de fast-food como McDonald’s e Burger King, mandando embora os funcionários por trás dos balcões. Isso é o que revela um estudo realizado pela empresa de serviços financeiros Cornerstone Capital Group.
Trabalhadores do McDonald’s reclamam de condições perigosas de trabalho nos EUA
Trabalhadores de lojas do McDonald’s em 19 cidades dos Estados Unidos disseram nesta segunda-feira (16) que abriram 28 reclamações de saúde e segurança junto a reguladores federais e estaduais do país, alegando condições de trabalho perigosas que levaram a queimaduras graves com óleo de fritura.
As reclamações abriram um novo front em uma campanha de mais de dois anos de trabalhadores e sindicatos que buscam dobrar o pagamento para US$ 15 dólares e melhorar as condições de trabalho para os funcionários de redes de fast-food nos EUA.
Os trabalhadores do McDonald’s, que também alegaram terem sido submetidos a roubo de salários, discriminação racial e retaliação por tentativa de sindicalização, esperam que o McDonald’s seja responsável pelas ações de seus franqueados.
As reclamações, encaminhadas nas duas últimas semanas à Administração de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA (Osha, na sigla em inglês) bem como a várias autoridades estaduais, incluíram alegações de que trabalhadores eram pressionados a limpar e filtrar óleo de fritadeiras ainda quentes.
As reclamações, que têm como alvo 19 lojas franqueadas e nove operadas pelo McDonald’s, também afirmam que em muitos estabelecimentos faltavam kit básicos de primeiros socorros ou equipamentos de proteção adequados para a segurança do trabalhador, e que gerentes disseram a trabalhadores para tratarem queimaduras com condimentos como mostarda e maionese.
O McDonald’s disse que a companhia e suas franquias estão comprometidas em prover condições de trabalho seguras para empregados em cerca de 14 mil lojas nos Estados Unidos.
De acordo com o relatório, os principais fatores para essa mudança são uma disparada nos preços dos alimentos, induzida por mudanças climáticas, as consequências incertas do Obamacare – reforma da cobertura de saúde proposta pelo presidente Obama –, que poderia aumentar os custos dos funcionários, e as tendências de distribuição de renda, que são “cada vez mais um ponto de disputa social e política”.
Como os custos trabalhistas e de alimentos são responsáveis ââpor 60% a 70% das receitas da indústria, esses fatores ameaçam uma categoria que já opera com margens de lucro magro.
Uma opção seria aumentar os preços para compensar os custos dos alimentos, mas o sucesso dessa estratégia dependeria da inflação dos alimentos e do nível geral de inflação na economia. Além disso, o segmento do fast-food costuma ser sensível ao preço.
Tecnologia na mesa
Enquantos os robôs não vêm, o uso de aplicativos já se consolida em muitos restaurantes americanos, ajudando os clientes a fazerem seus pedidos com antecedência e depois pegá-los no balcão, o que poderia tornar os caixas algo supérfluo. Em geral, essas tecnologias ajudam a reduzir custos e a tornar o negócio mais eficiente.
“Sempre que possível, a tecnologia utilizada para fazer pedidos (quiosques, celulares móveis, pedidos on-line) pode acelerar o processo, melhorar a precisão e diminuir o custo do trabalho para o operador, permitindo-lhes manter suas margens de custos atuais”, disse Darren Tristano, vice-presidente executivo da Technomic, empresa que acompanha a indústria de fast-food, ao “Mashable”.
Para ele, a automação das cozinhas pode tirar o toque pessoal da culinária e não substitui o atendimento pessoal e personalizado. “Com ressalvas a parte de trás da casa, a automação nas cozinhas — o que pode ajudar a melhorar a eficiência no trabalho — irá reduzir custos, mas até certo ponto tira o toque pessoal de um cozinheiro ou chef”, opinou.
“Essas mudanças podem ser menos desejáveis pelos consumidores. No geral, a automação hoje provavelmente irá economizar alguns dólares, mas provavelmente não terá um grande impacto sobre os operadores de restaurantes que têm sido e continuarão a se concentrar em serviço, hospitalidade e um sorriso amigável”, completou Tristano.
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