Os empresários Roberto Medina e Eike Batista anunciaram nesta sexta-feira (11) que se associaram para expandir os negócios da marca Rock in Rio, lançando uma série de novos produtos, como revistas em quadrinhos e roupas, e buscando levar o festival para novos países, na América do Norte e Ásia, para "construir a maior marca de música do mundo".

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"É extremamente emocionante ganhar um companheiro com a trajetória que o Eike tem. Ele representa um novo momento do Brasil, o vigor e a transparência de que precisamos, por isso fui buscá-lo", disse Medina, que afirmou que Batista "comprou 50% das ações do Rock in Rio".

"Eu mexo com máquinas, locomotivas, portos, coisas meio estéreis. Aqui tem paixão", disse Batista. "Essa dimensão da paixão e dos sonhos que a música traz é algo que eu ensino aos meus filhos. Para mim, quem toca ou canta se conecta com os anjos. Eu tentei tocar, meus pais me colocaram pra aprender acordeão, mas não consegui".

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Ressaltando o bom momento econômico e social do Rio e do Brasil ("Algo que não volta atrás"), Medina afirmou que seu festival "é o primeiro evento de entretenimento exportável que a gente tem"; com edições regulares em Lisboa e Madri, o Rock in Rio estreará em setembro de 2013 uma versão em Buenos Aires, paralela à brasileira.

"É um projeto único no mundo. Tem grandes artistas, mas o negócio é a festa, o encontro das pessoas, elas vão ao Rock in Rio pela experiência, já vendi 100 mil ingressos sem anunciar banda", disse Medina.

Patrocínio e dinheiro público

O criador do Rock in Rio afirmou que "contratar artista e vender bilhete representa 20% do retorno do Rock in Rio", e lembrou que a última edição brasileira, no ano passado, arrecadou R$ 64 milhões em patroínio. "Neste ano já temos R$ 82 milhões, que chegarão a R$ 100 milhões".

Apesar disso, Medina disse que irá recorrer novamente às leis de incentivo fiscal. "Renúncia fiscal é um instrumento que qualquer empresário pode e deve usar. É uma parte pequena do investimento total, foram R$ 12 milhões na última edição, mas vamos ter, sim".

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Questionado sobre a divisão de tarefas na sociedade, Eike Batista afirmou que investirá "o suficiente" e que não pretende se envolver com a parte artística. "O lado criativo vai ficar com o Roberto, o forte dele é isso. Você é quem decide [quais artistas participarão] e me mostra a lista depois", disse para Medina.

Sobre suas experiências como espectador do festival, foi sucinto: "Eu fui no Rock in Rio de 85. Eu lembro que choveu e tinha lama".

O dono da EBX também reclamou do que considera uma visão distorcida da imprensa sobre ele. "Vocês sempre me colocam como "o cara rico'. Sabe o que eu faço todos os dias? Contrato pessoas. Comecem a olhar o grupo de uma maneira diferente. Nós espalhamos riquezas. Eu sou responsável pela sociedade em volta de mim, porque eu tenho capacidade gerencial. Isso é o que eu faço todo dia, não tenho uma piscina cheia de dinheiro como o tio Patinhas. Um dia talvez tenha".

Marcada para setembro de 2013, a quinta edição brasileira do Rock in Rio acontecerá novamente na Cidade do Rock, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Serão sete dias de shows (13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22/9).

Os organizadores também anunciaram hoje que o evento terá um show do americano George Benson em parceria com Ivan Lins, reeditando o encontro da dupla durante o primeiro festival, em 1985. As outras atrações já confirmadas são o Sepultura e o Tambours du Bronx, reeditando o show conjunto que fizeram no Rock in Rio do ano passado.

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Em sua última edição, em setembro e outubro passados, o festival afirmou ter reunido um público total de 700 mil pessoas em sete dias, gerando para US$ 460 milhões, segundo números da prefeitura.