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Rombo bilionário dos Correios representa 50% do déficit das estatais em 2024

Correios, prejuízo, teto de gastos
Lula se reunirá com presidente dos Correios nesta sexta (31) para discutir alternativas de receitas após rombo de R$ 3,2 bilhões. (Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo)

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O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) informou nesta quinta-feira (30) que os Correios registraram um rombo de R$ 3,2 bilhões em 2024. O resultado corresponde a 50% do déficit total de 20 estatais federais, que atingiu R$ 6,3 bilhões, desconsiderando as exceções previstas no Orçamento, e as empresas de grande porte, como a Petrobras e o Banco do Brasil.

O MGI apontou que os dados ratificam a avaliação da pasta de que os déficits registrados pela maior parte das estatais no cálculo do resultado primário são, em grande parte, decorrentes dos investimentos realizados pelas empresas e não de prejuízos.

"No cálculo geral, contudo, o déficit também foi influenciado pelo resultado dos Correios", disse o ministério, em nota. A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) aparece em seguida, com R$ 1,9 bilhão de déficit.

O presidente Lula (PT) se reunirá com o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, para discutir a situação da companhia nesta sexta (31), às 9h30. No ano passado, o prejuízo dos Correios foi de R$ 2,13 bilhões e o investimento feito pela estatal chegou a R$ 830 milhões, resultando em um déficit de R$ 3,2 bilhões.

O MGI destacou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 autorizou um déficit de R$ 7,3 bilhões ao longo do exercício.

Além disso, a LDO exclui do cálculo do déficit os investimentos de R$ 1,9 bilhão do PAC; os resultados primários dos grupos ENBPar (estatal de energia nuclear), que registrou déficit de R$ 463,13 milhões; e Petrobras, que teve superávit primário de R$ 45,2 bilhões no ano.

Feitas essas exclusões, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) calcula o déficit primário das estatais federais em R$ 4,04 bilhões no ano passado.

A ministra Esther Dweck afirmou que o déficit provocado por aumento de investimento não é um problema para a política fiscal. “O relevante quando olhamos para as estatais é se elas estão dando lucro ou prejuízo. Déficit não significa um problema para o Tesouro Nacional. Ele não será coberto”, disse.

A Infraero e a Casa da Moeda também geram preocupação ao governo. A Infraero fechou o ano com déficit de R$ 540 milhões, e prejuízo de R$ 214,5 milhões até setembro de 2024. Já a Casa da Moeda teve déficit de R$ 227,6 milhões no ano passado, e lucro de R$ 38,8 milhões até setembro de 2024.

Diferença entre cálculos do MGI e BC para os Correios e outras estatais

No último dia 13, o Banco Central divulgou que as estatais registraram um resultado contábil negativo de R$ 6 bilhões até novembro do ano passado, o pior desde o início da série histórica em 2009. Segundo o BC, os Correios tinham déficit de R$ 2,2 bilhões. A expectativa é que a autarquia divulgue um novo relatório nesta sexta (31).

O ministério explicou que a diferença entre os números divulgados nesta quinta e a avaliação mensal da autoridade monetária ocorre porque os cálculos do BC não excluem os investimentos do PAC, nem os resultados do grupo ENBPar. “Além disso, diferenças metodológicas na coleta e cálculo dos dados podem levar a resultados finais diferentes, mas ambos consistentes”, disse o MGI.

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