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O sistema atual se apoia na dupla Fannie Mae e Freddie Mac, que assume os empréstimos de bancos e outros credores para, em seguida, vender pacotes desses empréstimos a investidores com a promessa de cobrir eventuais perdas. Antes de 2008, os investidores contavam que o governo, por sua vez, respaldaria Fannie e Freddie. Ao socorrer as empresas, assumindo seu controle, o governo simplesmente validou essa suposição. Mas deixou inalterado o mecanismo pelo qual garante empréstimos. Hoje, Fannie e Freddie compram cerca de dois terços dos novos empréstimos hipotecários.

Mesmo que a atual política de garantias seja preservada, é improvável que Fannie e Freddie consigam sobreviver da forma como funcionam hoje. Mais de US$ 150 bilhões de dinheiro dos contribuintes foram gastos para cobrir perdas nas duas empresas nos últimos anos, principalmente por investimentos em empréstimos hipotecários de baixa qualidade para catapultar lucros. As companhias, que um dia já foram muito populares, agora têm sua reputação gravemente manchada.

No entanto, praticamente não se mencionou, na recente discussão entre especialistas, a questão de como se livrar delas. Fannie e Freddie ainda possuem enormes portfólios de empréstimos problemáticos. Fannie, por exemplo, espera perder dinheiro com os empréstimos que adquiriu em todos os anos do período 2005-2008 – empréstimos esses que correspondem, atualmente, a 47% do total de seu portfólio. As duas empresas não podem ser totalmente desativadas até que essas perdas sejam absorvidas, um processo que deve se arrastar por anos.

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