O Brasil registrou, em 2013, um rombo de US$ 81,4 bilhões nas suas transações com o exterior, que incluem desde vendas e compras de bens e produtos a prestação de serviços.
O valor é 50% maior do que no ano anterior e um recorde, equivalente a 3,66% de toda produção nacional medida pelo PIB (Produto Interno Bruto).
"O deficit foi causado fundamentalmente pelo menor superavit comercial no ano. Para 2014, deve ocorrer uma redução do deficit, num cenário de maior crescimento da economia mundial e com câmbio mais depreciado, o que deve contribuir para aumentar a demanda externa e o crescimento da economia", justificou Fernando Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico.
Após computar exportações e importações, o país registrou em 2013 um superavit de apenas US$ 2,56 bilhões ante US$ 19,4 bilhões em 2012.
Também houve piora na conta de serviços. O deficit anual aumentou de US$ 41,04 bilhões em 2012 para US$ 47,52 bilhões no ano passado.
Apesar da alta do câmbio no ano passado, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior subiram de US$ 22,23 bilhões em 2012 para US$ 25,34 bilhões em 2013, contribuindo para essa elevação.
Na outra ponta, as despesas de turistas estrangeiros no Brasil permaneceram praticamente estáveis. Em 2012, eles deixaram aqui US$ 6,64 bilhões e, no ano seguinte, US$ 6,71 bilhões.
As despesas com juros e as remessas de lucros e dividendos das subsidiárias estrangeiras que operam no Brasil também cresceram em 2013: US$ 24,11 bilhões para US$ 26,04 bilhões. Em dezembro especificamente, o deficit nas transações correntes foi de US$ 8,68 bilhões.
Para 2014, o BC projeta um déficit de US$ 78 bilhões em transações correntes, equivalente a 3,53% do PIB.
Investimentos diretos
Investimento estrangeiro no ano foi de US$ 64,05 bilhões, quase US$ 15 bilhões abaixo do que esperava o Banco Central. Em dezembro, os investimentos somaram US$ 6,5 bilhões.
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