O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, anunciou na manhã desta quarta (2) que o governo e os bancos trabalham em uma medida que vai limitar os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito. A solução deve ficar pronta em até 90 dias.
O anúncio ocorre dois dias depois do ministro ter tido uma reunião com presidentes e representantes de alguns dos maiores bancos que operam no país, como Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual, além da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Haddad diz que o governo trabalha para contratar com o sistema bancário uma “transição” para um sistema melhor que diminua os juros cobrados, hoje em 437,3% ao ano. “Teremos um freio”, disse o ministro ao Canal Gov.
O tema é considerado delicado entre o governo e os bancos. As tratativas envolvem debates sobre autorregulação do setor e possível fim do rotativo, acionando imediatamente o parcelamento automático em caso de inadimplência – o que diminuiria a taxa cobrada, mas que também afetaria a remuneração das instituições financeiras.
Também é discutida a opção de crédito parcelado sem juros para evitar efeito "bola de neve". A concessão de crédito no rotativo atingiu R$ 30 bilhões em junho, apesar das altas taxas de juros e da inadimplência de 49,1%.
Um projeto de lei que tramita no Congresso propõe estabelecer um limite pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a cobrança de juros pelos cartões de crédito. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) debate a questão desde março, mas não há consenso sobre a imposição de limites.
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