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O designer Diego Martins compra roupas em sites do mundo todo: economia e praticidade | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
O designer Diego Martins compra roupas em sites do mundo todo: economia e praticidade| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo
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Experiência

Muitas compras, poucos problemas

André Moacyr Martins Lucini, 20 anos, utiliza seu cartão de crédito ao menos dez vezes ao mês para efetuar compras on-line. Mesmo admitindo que não observa todas as regras de segurança ditadas pelos especialistas, ele diz que nunca teve problemas. A exceção ficou por conta de mercadorias que chegaram com caixas abertas ou em más condições. "Tive problemas de entrega, demora ou extravio, mas perto da quantidade que utilizo foram poucos."

Ele cita o caso de uma caixa de pen-drive que levou dois meses para chegar, assim como uma pistola de cola que foi trocada por um rádio relógio. "Foi um susto na hora, pois não esperava por um rádio, mas logo em seguida fiz contato com o responsável da loja, que me deu a opção de ser reembolsado ou esperar pelo pen-drive. No fim das contas, eles me mandaram a mercadoria e não quiseram o rádio relógio." Lucini compra produtos pela internet desde os 16 anos. "Usava o cartão de minha avó e talvez por isso tomava muito mais cuidado ao usar. Apesar disso, sempre procuro manter meu computador com antivírus, além de evitar baixar arquivos suspeitos", concluiu. (JCL)

Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

André Lucini faz compras pela internet várias vezes por mês

Especialistas alertam: cartão é seguro, mas exige cuidados

Utilizar o cartão de crédito no comércio eletrônico ainda é considerado um tabu para um grupo de consumidores. Dados divulgados em recente pesquisa da Cetelem-Ipsos apontam que grande parte dos consumidores ainda prefere o boleto bancário e o depósito como as formas de pa­­gamento pela internet. O crediário e o cartão de crédito são escolhidos principalmente por quem quer fazer o parcelamento.

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  • Conheça o perfil do mercado eletrônico

Os números do comércio virtual no Brasil não param de crescer. Em quatro anos, o faturamento do setor saltou mais de 230% – de R$ 4,4 bilhões, em 2006, para R$ 14,8 bilhões no ano passado. Por trás destes números estão, principalmente, milhares de eletrodomésticos, televisores, livros, CDs e DVDs. Mas essa lista deve ganhar novos itens neste ano: roupas, sapatos e acessórios. A moda, um segmento ainda pouco explorado, é a grande aposta do e-commerce para este ano.

"A categoria está entre as três mais vendidas pelo comércio eletrônico em economias mais maduras, como Estados Unidos e Europa e, sem sombra de dúvidas, deve ser uma daquelas com maior crescimento no Brasil este ano", aposta o consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) Gerson Rolim. Pelas estatísticas da entidade, o segmento ocupa hoje apenas a 6.ª colocação entre as categorias mais vendidas virtualmente no país – com aproximadamente 5% do total. Mas para o consultor, ela tem lugar reservado pelo menos entre as cinco primeiras. "Basta lembrar que há 5 anos ela não ocupava nem a 20.ª colocação."

Algumas das grandes varejistas do setor já apostam nisso. A gaúcha Renner começou em outubro passado a vender roupas pelo seu site. Para que o portal pudesse oferecer vestuário, acessórios e calçados foram investidos cerca de R$ 5 milhões. A meta do grupo varejista é que o e-commerce tenha um resultado semelhante ao da rede de lojas físicas. Mas a presença ainda é tímida, como acontece com Riachuelo, C&A e Pernambucanas, por exemplo.

Por enquanto, boa parte do que se vende de roupas e acessórios pela internet no país passa pelos chamados clubes de compra – sites que oferecem marcas do mundo todo com desconto para os associados. É o caso do Privalia (www.privalia.com), que chegou há 2 anos no mercado brasileiro e tem 2,5 milhões de sócios. "A venda de roupas é a nova onda da internet. A aceitação por parte do brasileiro já é muito boa e a entrada das varejistas deve ajudar o mercado como um todo a crescer", diz o diretor-geral do clube no Brasil, Andre Shinohara.

Padronização

Ele reconhece, no entanto, que a falta de padronização de tamanhos para as roupas brasileiras ainda é um entrave para que o segmento cresça. "Os sites tentam contornar isso com uma boa descrição do produto e muitas fotos, além de detalhes sobre os tamanhos. Mas é uma evolução natural do mercado", aposta Shino­hara. Rolim, da Camara-e.net, também aposta que a tecnologia é capaz de minimizar esse problema. "Estamos tentando romper essa barreira. Em alguns sites já é possível, por exemplo, colocar fotos que são combinadas com as roupas para criar modelos virtuais."

Experiência

Comprador virtual há pelos menos cinco anos, o designer Diego Martins diz que só teve problemas com o tamanho das roupas por descuido na hora de escolher. "O que veio errado eu consegui trocar. Mas, em geral, os sites oferecem todas as medidas necessárias." Ele conta que, pela internet, tem acesso às marcas mais legais do mundo, tanto de roupas para o dia a dia como itens para prática do ciclismo. "Um dos grandes atrativos é o preço. Neste caso, vale até arriscar errar o tamanho."

A servidora pública Ellen Oli­veira Gaby também diz que nunca teve problemas com as compras on-line – mesmo comprando com frequência. "Só essa semana chegaram três caixas. Sou compulsiva", entrega. Ela compra cosméticos, eletrônicos e roupas para o filho Felipe, de 4 anos. "Sapato eu comprei duas vezes. Na primeira vez comprei um Croc que ficou pequeno. Mas, foi muito fácil trocar", diz. "A última vez que eu comprei coube perfeitamente."

Perfil

Por enquanto, a principal categoria de produtos vendidas via e-commerce é a de eletrodomésticos, com 14% do total, seguido por livros, revistas e jornais (12%). Os dados fazem parte de um amplo estudo divulgado na última semana, o 23º Relatório WebShoppers, realizado pela e-bit, empresa especializada em informações do setor, com o apoio da Camara-e.net.

Para o presidente da empresa, Pedro Guasti, o e-commerce passa por um período de maturação. "As vendas superaram nossas expectativas iniciais para o ano passado. Isso se deve à grande aceitação que este tipo de comércio vem tendo por parte dos brasileiros, cada vez mais confiantes de comprar on-line", diz. "As pessoas não estão apenas comprando mais, mas também comprando produtos com maior valor agregado, como eletrodomésticos e itens de informática", por exemplo.

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