A tecnologia de transmissão digital chegou a Curitiba. A oficialização ocorreu ontem, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com a assinatura da consignação do sinal para a cidade. Assinaram o termo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero e representantes das emissoras de televisão do estado, entre eles Mariano Lemanski e Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, vice-presidentes do grupo RPC.
Curitiba foi a quinta capital a dispor da tecnologia, que dentro de dez anos deve cobrir todo o território nacional ela já está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiânia. Segundo o ministro, dentro de algumas semanas, Florianópolis e Porto Alegre também terão o sistema.
A RPC-TV começou a operar em sinal digital tão logo ele ficou disponível para o estado. Desde as 20 horas de ontem, o canal 41 da freqüência UHF transmite a programação da RPC em sinal digital. Os usuários que têm uma antena deste tipo e um conversor de sinal digital poderão captar a programação com qualidade superior de imagem e som. Os canais analógicos da emissora continuarão em operação até 2016.
O ministro Hélio Costa destacou, durante o evento de assinatura da consignação, que o empenho da emissora possibilitou o adiantamento da chegada do sinal digital em Curitiba. "O Paraná se coloca na frente. Estamos inaugurando a tevê digital com um ano e meio de antecedência. Isso se deu especialmente pelo interesse da Rede Paranaense de Comunicação e pelo empenho nos testes realizados na UTFPR [Universidade Tecnológica Federal do Paraná]."
Segundo o ministro, o cronograma de implantação da tevê digital está sendo cumprido e lançou uma meta audaciosa: fazer com que, em cinco anos, o sinal digital chegue a todo o país e, em dez, tornar a tevê digital popular. "Temos conversores que podem ser encontrados por R$ 199 ou R$ 299, com acesso à internet."
Para o ministro, a crise mundial que afeta também a economia brasileira não será um problema para a implantação da tecnologia. "Nos últimos três anos houve um investimento da ordem de R$ 64 milhões para o desenvolvimento do sistema digital brasileiro. A crise é muito mais externa do que interna. Não vejo dificuldade neste momento para cumprirmos o cronograma de implantação da tevê digital."
Durante o evento de assinatura, manifestantes cobraram do ministro uma posição sobre a convocação da Conferência Nacional de Democratização da Comunicação. Costa garantiu que a intenção é, com a tevê digital, colocar à disposição da população canais que atendam necessidades sociais. "Com certeza teremos canais que abordem a saúde pública, a educação e a cultura."