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Rubem Novaes pede demissão da presidência do Banco do Brasil

Presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes entregou carta de renúncia ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Paulo Guedes nesta sexta-feira (24).
Presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes entregou carta de renúncia ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Paulo Guedes nesta sexta-feira (24). (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, pediu demissão do cargo. A carta de renúncia foi entregue ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira (24).

Segundo comunicado emitido ao mercado, Novaes deixará a presidência em agosto, em data ainda a ser definida. Bolsonaro já aceitou o pedido de demissão e vai indicar outro nome para comandar o banco público. Segundo o canal de notícias CNN, Hélio Guimarães, atual presidente do Conselho de Administração do banco, é um dos cotados. Ele foi presidente do Citi Brasil de 2012 a 2017.

Outros nomes ventilados nos bastidores são o do atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que goza de bastante prestígio junto ao presidente Bolsonaro, e ainda o do vice-presidente de negócios de atacado do BB, Walter Malieni.

Em comunicado divulgado pelo Banco do Brasil, Novaes disse que renunciou ao cargo porque entende que a companhia precisa de renovação para "enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário". Procurado, o Ministério da Economia não se manifestou oficialmente. Interlocutores da pasta informaram que Novaes saiu "por razões pessoais" e porque está "cansado".

A saída repentina de Novaes não era esperada e causou bastante surpresa. Como a informação foi divulgada após o fechamento do mercado, não houve impacto da notícia nas ações da instituição nesta sexta-feira.

Novaes era a favor da privatização do banco

Rubem Novaes foi levado à presidência do Banco do Brasil em janeiro de 2019 por indicação do ministro Paulo Guedes. Os dois são amigos há décadas. Ambos são economistas liberais formados na Universidade de Chicago, dos Estados Unidos.

Novaes e Guedes defendiam que o Banco do Brasil fosse privatizado para virar uma empresa privada de capital pulverizado na Bolsa. Atualmente, o BB tem ações listadas na Bolsa, mas a União é a acionista majoritária. Eles queriam diluir o capital da companhia de modo ao Estado deixar de ser controlador.

A ideia, contudo, não foi aceita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem repetido diversas vezes que, no seu governo, Caixa, Banco do Brasil e Petrobras não serão privatizadas.

Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Guedes reclamou do fato de o Banco do Brasil ter a União como acionista majoritária e uma série de acionistas minoritários. Disse que o banco é um caso pronto para privatização.

"O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem [Novaes, presidente do BB], coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: 'bota o juro baixo', ele: 'não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.' . Aí se falar assim: 'bota o juro alto', ele: 'não posso, porque senão o governo me aperta.'. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização", afirmou Guedes.

Banco do Brasil se envolveu com "fake news"

Em um ano e meio à frente da presidência, Novaes viu o nome do Banco do Brasil envolto da polêmica das "fake news". No dia 27 de maio, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou liminarmente que a instituição financeira suspendesse a publicidade em sites que veiculam notícias falsas até que a Corte delibere sobre o mérito da questão.

A determinação não atingiu a publicidade em portais, sites, blogs e redes sociais vinculados a empresas concessionárias de serviços de radiodifusão. Também não englobou jornais e revistas que existam há mais de 10 anos.

Já o Banco do Brasil recorreu da decisão nesta semana. O banco disse que estava tendo prejuízos e pediu para a Corte permitir a publicidade em sites que têm menos de dez anos. Também informou que não financia sites de "fake news" e que os anúncios são de responsabilidade de uma empresa terceirizada. O caso ainda está sendo analisado no mérito pelo TCU.

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