São Paulo e Brasília - A nova companhia resultante da compra da Sadia pela Perdigão já vai nascer com um elevado nível de endividamento. Segundo os balanços divulgados na quinta-feira, a soma das dívidas brutas de Sadia e Perdigão chega a R$ 14,8 bilhões. Isso é muito mais da metade do faturamento líquido projetado para a nova empresa, de R$ 22 bilhões anuais, o que preocupa o mercado. Só a Sadia informou, em seu balanço, ter vencimentos de R$ 4,27 bilhões até março de 2010.
Embora com um perfil de endividamento melhor que o da Sadia que depois do rombo de R$ 2,5 bilhões com operações de derivativos de câmbio, em setembro de 2008, teve de se financiar no mercado em condições muito ruins (juros muito altos e prazos curtos) , a Perdigão viu sua dívida bruta saltar de R$ 3,6 bilhões para R$ 5,4 bilhões nos 12 meses encerrados em março último.
Em teleconferência com os analistas ontem, o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Perdigão, Leonardo Saboya, disse que o endividamento não está em um patamar desejável ou adequado. "As duas estão bastante alavancadas, sim. Por isso, será preciso uma capitalização da nova empresa", afirmou Rafael Cintra, analista da Link Investimentos.
No fim de março, o endividamento líquido da Sadia correspondia a 7,2 vezes a sua capacidade de geração de caixa anual (Ebitda, ou lucro antes dos pagamentos de impostos, juros, amortizações e depreciações), muito longe dos padrões usados pela companhia antes da crise dos derivativos, que era de uma a duas vezes o Ebitda. No caso da Perdigão, o nível de endividamento está em 3,1 vezes o Ebitda. Com R$ 1,8 bilhão em caixa, Saboya afirmou hoje que a empresa tem uma situação confortável.
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