Um outro Pib
Um estudo alternativo ao do IBGE, lançado neste mês pelo Instituto Superior de Administração e Economia (Isae/FGV), mostra expansão de PIB mais fraca no Paraná em 2013: 3,1%. A análise propõe um cruzamento que inclui dados da Agência Nacional de Petróleo, para medir o transporte de cargas, e de sindicatos da construção civil. Segundo Robson Gonçalves, coordenador da pesquisa, o estado se diferencia do país ao mostrar manutenção do avanço no consumo das famílias pela estimativa do Isae, o crescimento desse item foi de mais de 6% em 2013. Gonçalves avalia que a atuação das cooperativas de crédito rural manteve o consumo em alta.
Alavancado pelo desempenho da agropecuária, o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná conseguiu se recuperar em 2013 do resultado discreto do ano anterior (1,8%). Ao marcar crescimento de 5%, o estado se manteve bem à frente da média nacional (2,3%) pelo quarto ano consecutivo, segundo dados preliminares do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Segundo o IBGE, a indústria estadual cresceu 5,6%, ante 1,2% em nível nacional, tendo como motor a produção de veículos (18,3%), máquinas e equipamentos (13,7%) e produtos químicos (4,4%). As vendas no varejo subiram 7% no país, foram 3,6% , com destaque para os ramos de combustíveis (11,9%), farmacêuticos e perfumaria (11%) e eletrodomésticos (10,2%).
Ao contrário do Brasil, o estado elevou as exportações. As vendas para o exterior em dólares subiram 3%, puxadas por soja, carnes e setor automotivo, ao passo que as importações baixaram 0,2%. No Brasil, as importações cresceram 8,4% no ano passado, contra acréscimo de 2,5% nas exportações.
Ilha no meio do Brasil
A situação do Paraná na comparação com o país foi destacada pelo governo federal em boletim regional divulgado pelo Banco Central neste mês. Desde as parciais do PIB divulgadas em 2013, convencionou-se atribuir ao estado o título de "uma ilha no meio do Brasil". Projeções para 2014 continuam otimistas no sentido de o Paraná repetir resultado superior à média nacional mas há indícios de que o crescimento não será como no ano anterior.
Um fator importante é a perspectiva de declínio na safra de grãos. O Departamento de Economia Rural anunciou corte de 2,5 milhões de toneladas de soja e descarta a previsão de nova safra recorde como a que ocorreu em 2013 os 15,8 milhões de toneladas não devem nem se repetir neste ano. Uma retração de 2,8% na safra de grãos do estado já havia sido prevista em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mas o Ipardes, ligado à Secretaria de Estado do Planejamento, avalia que a situação pode ser revertida. "Existe sinalização de que a persistente estiagem terá impacto na safra, mas é cedo para prever isso", diz o economista Francisco Gouveia de Castro.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, a diversificação do setor pode compensar perspectivas pessimistas. "O agronegócio no Paraná não vive apenas de produzir grãos. Temos, por exemplo, a abertura para exportação de carne bovina para a Rússia, com dois fornecedores autorizados e planos de aumentar esse número", diz.
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