A atriz Jennifer Lawrence está entre as celebridades que tiveram a privacidade violada na web| Foto: Lucas Jackson/Reuters.

O vazamento em massa de fotos íntimas de celebridades de Hollywood, no fim de semana, virou caso de polícia e deixou em polvorosa tabloides e fãs das atrizes. A dimensão do ataque virtual – acredita-se que a privacidade de mais de 100 famosas tenha sido violada – logo suscitou a suspeita de que os arquivos haviam sido retirados de contas de serviços de armazenamento na nuvem, em vez dos computadores pessoais das vítimas.

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Não deu outra. Na tarde de terça-feira (02), a Apple confirmou que algumas contas de seu serviço na nuvem, o iCloud, foram invadidas. A empresa negou brechas no serviço, dizendo que "as contas de determinadas celebridades foram comprometidas por um ataque bem direcionado a nomes de usuário, senhas e perguntas de segurança, uma prática que se tornou muito comum na internet".

Apesar da Apple querer visivelmente se resguardar de assumir responsabilidade pelo vazamento, é preciso reconhecer que a empresa tem razão quando fala que a ameaça de hackers é constante na internet.

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A Gazeta do Povo conversou com especialistas em segurança na web para levantar algumas dicas básicas – mas essenciais – para garantir que seus arquivos permaneçam intocáveis na nuvem.

1. Tenha uma senha "forte"Essa é a dica mais manjada, mas também mais ignorada pelos internautas. Para proteger seus arquivos, é preciso garantir que o acesso a eles não seja tão fácil – mesmo que isso dificulte um pouco a sua própria vida.

A sua senha deve conter letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos e precisa ser única, utilizada somente para aquela conta. "Hoje, os usuários usam a mesma senha em tudo quanto é lugar. Isso é um problema, porque se você usa essa senha em um site pequeno, de jogos, por exemplo, e esse site é hackeado, todas as suas outras contas estarão em perigo", lembra o analista de vírus da Kaspersky Lab no Brasil, Fábio Assolini.

Para facilitar, hoje existem vários softwares e aplicativos gerenciadores de senha, gratuitos e pagos, que criam senhas aleatórias e dão alertas sobre violações de segurança, como o KeyPass, o Dashlane, o oneSafe e o 1Password.

O coordenador dos cursos Engenharia da Computação e Engenharia de produção 2.0 da FIAP, Almir Meira Alves, ensina um macete. Escolha uma música de que você goste e se lembre sempre e pegue uma frase da música. Para montar a senha, use a letra inicial de cada palavra desta frase, usando algumas delas em maiúsculas. Pra dificultar ainda mais, faça algumas substituições, trocando o "i" pelo "!", o "o" por "0" e o "s" por "5", por exemplo.

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2. Fuja das redes wi-fi públicasHoje em dia, é difícil quem não entre em um shopping, bar ou parque e já comece a procurar se o local não tem uma rede wi-fi pública. Trocar o 3G pelo wi-fi, mesmo por poucos minutos, pode ser conveniente para navegar com mais velocidade, mas também é um risco tremendo.

Essas redes não estão abertas apenas aos usuários, mas também a invasores que estão de olho em dados confidenciais. Hackers podem utilizar técnicas relativamente simples para interceptar o tráfego descriptografado dos usuários destinado a bancos, ao PayPal ou a sites de e-commerce. "Não se conecte com o wi-fi público, contenha-se. É preferível usar o 3G, que é muito mais seguro", afirma o analista da Kaspersky Lab.

3. Reforce a autenticação das contasHoje, a grande maioria dos serviços de armazenamento na nuvem, além das redes sociais e contas de e-mails, têm a opção de cadastrar uma autenticação dupla, que funciona como uma segunda senha. Basta o usuário cadastrar seu número de celular.

Ao colocar seu usuário e senha, por exemplo, em vez de ser remetido diretamente para o serviço, você recebe no celular uma outra senha via SMS, para ser digitada na página de login. Essa senha é aleatória e perde o efeito em poucos minutos. Isso impede que algum hacker, mesmo descobrindo seu usuário e senha, acesse seus dados. Pode não parecer muito prático, mas é uma ferramenta útil para proteger arquivos importantes.

4. Desative o backup automático do celularMuitos smartphones já vêm associados hoje a um serviço próprio de armazenamento na nuvem, que é habilitado assim que você se cadastra para usar o aparelho. É o caso do iCloud, nos iPhones, e do OneDrive, para celulares com Windows Phone.

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Muitos usuários acabam habilitando, mesmo sem se dar conta, o backup automático dos arquivos gerados no celular – cada foto tirada, por exemplo, acaba indo para a sua conta na nuvem assim que você se conecta à internet. Desative este recurso para garantir que os arquivos permaneçam apenas no dispositivo.

"Pouca gente se dá conta disso (do backup automático) e pode ser um motivador para que você tenha fotos e vídeos íntimos, por exemplo, invadidos por meio da nuvem. Nesses casos, exatamente tudo o que você gravar ou fotografar vai pra nuvem e é aí que está o risco", alerta o coordenador dos cursos Engenharia da Computação e Engenharia de produção 2.0 da FIAP, Almir Meira Alves.

O risco do backup automático inclusive é o mote da comédia Sex Tape: Perdido na Nuvem, lançada mês passada com Cameron Diaz e Jason Segel. No filme, eles vivem um casal que acidentalmente transfere o vídeo de uma relação sexual dos dois para tablets que haviam acabado de dar de presente para familiares e amigos.

5. Mantenha seus programas e aplicativos atualizadosSeja no computador, notebook, tablet ou smarthone, é importante manter os programas sempre atualizados com a última versão. Isto vale tanto para o sistema operacional do dispositivo quanto para aplicativos, mesmo aqueles que não tem nada a ver, em tese, com o serviço de armazenamento na nuvem.

"Aplicativos que rodam versões antigas podem conter brechas ou defeitos e, por causa disso, estão expostos a algum tipo de invasão ou falha. Tudo que estiver instalado no dispositivo, desde o antivírus até o sistema operacional, precisa estar sempre rodando a última versão disponível", reforça o especialista de segurança da McAfee, Thiago Hyppoolito.

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